Não sendo o melhor dia da semana para tal, estava destinado para compras em Andorra. Saímos de Latour de Carol pela N 20, que liga Perpignan a Andorra. Fazia frio, espicaçado por um ventinho agreste que se foi levantando. A linha de caminho de ferro que vai para Toulouse, acompanha-nos, ora equilibrando-se nuns penhascos, ora escondendo-se num túnel, ora transpondo o rio Carol num pontão, até à entrada do túnel de Puymorens. Por norma, havendo alternativa, evito os túneis. Não me agradam, são caros e, andando a passear, quero ver paisagens bonitas. Por isso optámos pela estrada de montanha, N 320, que passa pelo Col de Puymorens e entra em Andorra por Pas de La Casa. Neste alto, já estava tudo envolto num cerrado manto de nevoeiro. Não se via mais que escassos metros à frente do carro. Apesar de cedo, o trânsito já era contínuo, intensificando-se ainda mais a partir do cruzamento da N 22 que vem de Ax-Les-Thermes. Aborrecidos por não se ver nada da paisagem espectacular que sabíamos estar ali ao nosso lado, pelo risco da condução naquelas condições, pela chuva miudinha que entretanto se instalara, passámos Pas de la Casa sem parar. O mau tempo não impedira que o pandemónio fosse o mesmo de sempre. Parques de estacionamento completamente cheios e um mar de gente ávida por gastar dinheiro. O nevoeiro era cada vez mais denso.
Passámos Port d'Envalira sem se ver absolutamente nada ( a foto é do dia seguinte, no regresso) e começámos então a descer.
Pouco depois o nevoeiro dissipou-se gradualmente, o céu azul apareceu e a paisagem montanhosa mostrou-se em todo o seu esplendor!
Passámos Encamp e chegámos a Andorra La Vella. Abundam sinais de trânsito e letreiros por todo o lado a proibir o estacionamento de autocaravanas. Encaro isto de uma forma muito pragmática: não me querem e eu sigo viagem! Há uma animosidade crescente contra o autocaravanismo que em alguns casos toca mesmo a perseguição. Porquê? Por alguns serem menos educados e se cometerem abusos, como despejar águas sujas onde não é permitido? Mas há de tudo! Eu já tenho feito 500 Km com o depósito cheio só para o poder despejar! Podia simplesmente encostar num pinhal e fazê-lo ali mesmo! E não há gente a deitar fora garrafas pelas janelas dos automóveis? Proibam-se os automóveis! Como não transporto bicicletas nem motorizada, sigo em frente. Já tinha programado fazer compras em Sant Julià de Lória, no Punto de Trobada. O receio de falta de estacionamento não se concretizou e lá fomos. Ocupou-nos o resto da manhã, perdidos naquela catedral de consumismo, onde o tempo passa sem darmos por isso e o dinheiro se vai ainda com mais facilidade... Por fim, saímos, com os sacos cheios. Pouco depois, a Guardia Civil mandou-nos parar para inspeccionar o que levávamos. Um guarda entrou, mas ao ver a confusão que lá ia, espreitou para dentro de um dos sacos e ficou satisfeito. Chegámos ao parque pelas 14 H. O FronteraPark, como o nome indica fica logo a seguir à fronteira, em Farga de Moles. É bastante grande, mas desta vez, desiludiu-nos. A internet, que é anunciada, não funcionava; as casas de banho, já um pouco deterioradas, estavam algo desleixadas quanto à higiene; o único ponto para depositar lixo, eram os contentores, que ficavam fora do parque, ainda longe da recepção; muito poucas sombras no local onde nos instalaram; água, só nas casas de banho e lavabos; a estrada de acesso a Andorra, fica mesmo ao lado, e há permanentemente uma barulheira infernal de trânsito, especialmente de motos em alta velocidade; e por último, para cúmulo do azar, instalou-se à nossa frente uma família espanhola que passou o resto da tarde aos berros com os filhos que por sua vez não cessavam de chorar e fazer birras. Por tudo isto, cobraram-nos 21,80€! De noite houve silêncio, mas lá para as 7 horas, apesar de ser domingo, já o circuito motard estava em movimento! Enfim, mais um parque para esquecer!
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| Venda de bilhetes em Port d'Envalira... |
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| Telecadeiras, antes de Pas de la Casa |
Percorremos 99 Km
www.fronterapark.com
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