28/7. A noite foi de chuva, em Busto de Bureba. E o tempo estava farrusco, ao amanhecer. Lá conseguimos tomar banho, fazer a nossa higiene e pouco depois arrancávamos, não sem antes vermos começar a sair do "harém" uma série de pessoas desgrenhadas...
Prosseguimos pela estrada do dia anterior, a N 232, até Cornudilla e depois pela BU-502. Há uma localidade com um estilo medieval, pela cor e aspecto das casas, Poza de la Sal, muito interessante. Devia ser um importante centro de produção de sal, quando este produto era crucial para a vida das populações e pela dificuldade dos transportes para tão grandes distâncias. Ainda se vêem as salinas abandonadas. Após uma íngreme subida, que tem um castelo num morro, atinge-se um planalto, com um grande centro de produção de energia eólica. Prosseguimos por Masa e depois pela BU 601 até Villadiego. Aqui parámos e fomos dar uma volta pela cidade e fazer umas compras. Toda esta zona atravessa intermináveis planícies, cobertas de cereais e de enormes extensões de girassóis.
Entrámos na via rápida A 231, na entrada 108 de Osorno la Mayor, para sair na saída 85, prosseguindo pela CL 615, por Saldana, até Guardo. O tempo entretanto piorara de novo, com umas nuvens escuras ameaçando chuva. Já em Guardo, quando estávamos a almoçar, começou a chover. Esta cidade tem um jardim muito bonito, atravessado por um rio. Depois de uma visita à estação de caminho de ferro, continuámos pela CL 626, até Cistierna, para rumarmos a Norte pela N 621, que nos levaria ao destino deste dia. Riano. Esta estrada, que desde Cistierna é acompanhada pelo rio Esla, rio de montanha, muito caudaloso, cheio de rápidos, é muito bonita. Começam a ver-se os contrafortes dos Picos da Europa, temos de novo o domínio dos verdes, dos rios e das montanhas. Tudo isto culmina na barragem de Riano, lago enorme sob o qual repousa a original aldeia de Riano. O paredão, sobre cuja coroa passa a estrada, é atingido por dois túneis, mas não há local para parar, com bastante pena nossa, pois a paisagem é soberba. Depois de muitas curvas, sempre com o Esla por vizinho, chegamos ao viaduto que atravessa o lago, dando acesso a Riano, a cidade que foi criada aquando da construção da barragem. Atravessamo-lo e subimos ao parque de campismo já nosso conhecido e que tem uma das mais belas vistas que conhecemos a partir de campings.
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Riano |
Aqui está sempre frio, mesmo no Verão. O parque fica num local alto. É agradável, com relva, boas casas de banho, um restaurante, vários bungalows. Mas a sua grande mais valia é de facto a paisagem que dali se avista. Já andávamos aflitos há dias à procura de áreas de serviço para autocaravanas, pois quer em França quer em Espanha ainda encontramos poucos parques com esse serviço. Também nas estradas não se vêem... Apesar de sabermos que existem bastantes espalhados pelo território. Em Portugal, apesar de haver muitíssimo menos autocaravanas, há proporcionalmente muito mais áreas de serviço. Em Riano, afinal, encontrámos uma rudimentar, mas que nos resolveu o problema. No entanto o parque encareceu muito de há 2 anos para cá. Cobraram-nos agora 20,40€, apesar de ser municipal! E ali ficámos o resto da tarde, sentados a ler, com aquela vista maravilhosa em frente e o sol, que entretanto reaparecera, por companhia.
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Gozando a tarde, em Riano |
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Riano |
Antes da hora de jantar já não se pode estar cá fora, tal é o frio, agravado por um ventinho cortante... Estamos em Julho! Já aqui andámos na Páscoa e o gelo que há no ar é de nos pôr de cabelos em pé. Até as pessoas que são daqui, mostram o seu desconsolo pelo frio permanente. De modo que pouco mais há a fazer do que deitar cedo, para aquecer... Depois de uns breves minutos a apreciar a bela paisagem, tão bonita à noite como de dia.
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Riano, ao crepúsculo |
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Percorremos 271 Km
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