quinta-feira, 23 de agosto de 2012

PIRENÉUS FRANCESES - 12

    27/7. Dia de dizer adeus a França e entrar em Espanha. Entrámos na nossa já quase amiga D-918, até Mauléon-Licharre, continuando até ao Col d'Osquich, onde parámos.

Vista a partir de Col d'Osquich

Entrámos pouco depois na D 933 e 15 Km percorridos, chegámos a St-Jean-Pied-de-Port. É uma cidade muito interessante, muralhada, com um património histórico significativo. Está sempre repleta de turistas, que enchem os imensos restaurantes e bares que ocupam as ruas principais. É também um dos pontos de referência do caminho francês de Santiago de Compostela. Como já é habitual quando aqui vimos, fomos também ao Intermarché local. Logo a seguir, entrámos em Espanha por Valcarlos, Roncesvalles, míticas localidades do Caminho. Muitos peregrinos vêm até Roncesvalles, para aqui iniciarem o longo Caminho de mais de 700 Km até Santiago. É habitual encontrar-se bastantes neste trecho, mas desta vez só vimos 2 ou 3. Logo a seguir a Auritz, numas bombas de combustível, há um desvio à esquerda, junto a um belo parque de campismo onde já ficámos, para a NA 2040. Optámos por esta, por ser muito bucólica, junto ao rio, embora bastante estreita. Sempre por estradas secundárias, contornámos Pamplona, passámos Estella e continuámos pela NA 120, para Norte, passando pelo Puerto de Lizarraga. Há aqui um miradouro com uma bela vista, embora sem a grandiosidade dos Pirenéus a que já nos habituáramos.

Vista a partir de Puerto de Lizarraga
Logo a seguir entrámos na autovia A-10. O tempo escurecera e ameaçava chuva. Parámos para abastecer de gasóleo, pela primeira vez desde Andorra, ou seja, percorremos todos os Pirenéus sem abastecer em França! Antes de Vitória, começou a chover. O trânsito intensificou-se, com muita gente a sair da cidade para fim de semana e férias, até que engarrafou de todo. E fomos em pára-arranca, na auto-estrada, até um importante nó de ligação junto a Miranda de Ebro. A maior parte do trânsito, incluindo os pesados, ia para o Norte, para Bilbau, pela AP-68. Nós continuámos em frente, tendo que atravessar Miranda de Ebro, prosseguindo pela N-1. Tínhamos programado a pernoita num camping que fica no desfiladeiro de Pancorbo. O local é muito bonito, com grandes penhascos e atravessado por um rio, pelo caminho de ferro que o transpõe por uma ponte que acaba num túnel, pela N-1 e ainda pela auto-estrada AP-1. Todas estas vias se enfiam no desfiladeiro. Antes ainda parámos numa área de descanso, onde se situa o monumento ao pastor.

Monumento ao pastor - Estrada N-1


Encontrámos facilmente o camping, desta vez com o auxílio do GPS, com as coordenadas, em pleno desfiladeiro. O ar de abandono à entrada deixou-nos logo de sobreaviso. Não se avistava ninguém no hostal que servia também de recepção. Entrámos, a pé, e subimos uma rampa enorme, cheia de buracos e onde adivinhei problemas de tracção na subida. Lá bem no cimo, algumas mobil-homes, com um ar de provecta idade. Não nos agradou mesmo nada. Descemos e decidimos avançar à procura de outro.


Passámos Pancorbo e enveredámos pela N 232. Volvidos uns 6 Km, uma placa a indicar um parque de campismo, em Busto de Bureba, uma aldeia irrelevante. Lá fomos à procura. Vimos o que nos pareceu um centro de férias, com piscina, court de ténis, campos de jogos, relvados. Perguntámos a uns indianos ou paquistaneses que estavam a servir no café e logo veio um, sem falar língua que se percebesse. Levou-nos pelas traseiras e de facto apareceu um parque com uns 12 lugares para acampamento, sem ninguém. Dentro do escritório, ou recepção, aberta a porta, apareceu um...tractor corta-relvas! A tabela de preços indicava 18,40€, mas o paquistanês deu-nos a entender que ficávamos por 15 €. Tudo muito estranho. Pouco depois, já perto da noite, apareceu um indivíduo com ar de alienado, a aparar a relva no referido tractor, às voltas da autocaravana, fazendo malabarismos para não cortar o fio de alimentação eléctrica... Enfim, só nos calham destas coisas... As casas de banho, apesar de serem novas, não deviam ser limpas há semanas ou meses! Mas a internet funcionava! E num pequeno armazém ao lado, depois de fechado o café, foram dormir 3 homens e mais do dobro das mulheres... Um autêntico harém, ou senzala! Pouco à vontade, acabámos também por adormecer, sem mais percalços.

Percorremos 361 Km

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