Este ano decidi, pela primeira vez, dar um passeio mais alargado na semana que separa o Natal do ano novo. Bom tempo, céu azul, "ála moço", como se diz por estas bandas. Feita a última vistoria à autocaravana, partimos de S. Bernardino-Peniche, pelas 9 horas, com a paragem já habitual no Intermarché de Óbidos para abastecimentos, quer de gasóleo menos caro, quer de produtos frescos e alguns mimos. Retomada a A8, continuámos até à saída da Marinha Grande para apanhar a velhinha Nº1, redenominada IC2. Como temos muito tempo, só uso autoestradas em situação de excepção. Assim, prosseguimos rumo a Norte, com a primeira paragem num sítio já habitual para o almoço, junto a uma bela ponte desactivada sobre o rio Marnel, Lamas do Vouga. Depois do obrigatório cafézinho, continuámos na Nº1 até Gaia. Saímos no nó de Avintes, já que a ideia era atravessar o Douro na barragem de Crestuma-Lever, para fugir à costumeira travessia do Grande Porto. Foi o que fizemos, percorrendo depois a bela estrada Nº 108, sempre junto ao Douro, até Entre-os-Rios. Aqui começou a intensificar-se o trânsito, agravando-se mais ainda antes de Penafiel. Uma das desvantagens desta altura do ano é a duração da luz do dia. A intenção inicial de fazer todo o percurso por estradas secundárias teve que ser alterada face ao rápido entardecer e ao largo percurso ainda em falta. Assim, entrámos na A11 no nó de Lousada, entroncando na A3 em Braga, saindo depois na saída 13, para Paredes de Coura e V N de Cerveira, cerda das 19 horas. O objectivo era o parque de campismo de Covas, muito bem localizado, no ambiente típico do Alto Minho, debaixo de frondoso arvoredo, muita água, perto do rio Coura e da serra D'Arga. Já ali havíamos ficado há uns anos, debaixo de intenso temporal. Não há qualquer sinalização à saída da autoestrada. Não se via vivalma, dado o intenso frio que se fazia sentir. Na dúvida, socorremo-nos do GPS, instrumento em que não deposito grande confiança, com razão, como ficou logo a seguir demonstrado. Vire na primeira à esquerda, contorne a rotunda, siga 2 quilómetros, blá,blá,blá, vimo-nos enfiados no meio de uma aldeola escura numa ruela estreita e íngreme, os espelhos da autocaravana a roçar nas paredes dos casebres, filme em que já tenho participado noutras ocasiões... Mais uma vez acabei por seguir o meu instinto e não dar ouvidos à "menina" que, depois de baralhada e sempre a recalcular, acabou por se calar. Finalmente lá chegámos à entrada do parque, com os portões fechados. Depois do toque na campainha e de enregelar uns bons minutos à espera de alguém, os cumprimentos do dono, instalação, ligação de electricidade, refeição frugal, aquecimento do ambiente, telejornal no PC através do novíssimo MEO-GO, a tradicional partida de cartas e cama.
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Moinhos da Gávea |
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Mosteiro de Oia |
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Baiona |
O segundo dia amanheceu luminoso mas de frio glacial. O chão do parque estalava sob os nossos pés a caminho da casa de banho. Tudo estava coberto por um manto branco e o ar picava a pele. Tomado o pequeno almoço, arrancámos para mais uma jornada. Paragem num minimercado em Covas para comprar pão fresco e tomar um café quentinho. A estrada apresentava-se perigosa em alguns locais mais sombrios, com gelo fino que nos obrigava a cuidados redobrados. No entanto isso permitia-nos apreciar melhor a grande beleza dos carvalhais ainda com as cores do Outono a espreitar-nos a cada curva. Chegados à estrada Nº 303 que liga Paredes de Coura a V N de Cerveira, parámos num local de grande beleza, os Moinhos da Gávea, moinhos de água restaurados que sucessivamente aproveitavam a força motriz de um curso de água bem provido que depois de passar por baixo de uma linda ponte, mais tarde se vai juntar ao Rio Minho. Chegados a V N de Cerveira, atravessámos o Rio Minho e entrámos na Galiza rumo a La Guardia. O objectivo para este dia era percorrer a bela estrada entre La Guardia e Baiona, sempre à beira mar. Atravessámos La Guardia sem parar e logo o Atlântico se nos juntou. Este é um percurso para se fazer devagar, com muitas paragens, se bem que no sentido sul-norte não haja muitos locais propícios para isso. Parámos em Oia. Aqui não faltam lugares para estacionar nesta altura do ano. Pequena localidade piscatória, tem um grande mosteiro, bastante degradado, que aguarda restauro e se situa mesmo junto ao mar. Satisfeita a curiosidade, prosseguimos paralelamente a pequenas enseadas, praias sucessivas, belas vivendas plantadas literalmente em cima do mar, até que chegámos a Baiona. Esta já é uma localidade com uma dimensão razoável, com um belo porto cheio de barcos de pesca e de recreio. Tem uma grande frente de mar com uma marginal muito movimentada cheia de restaurantes e bares. Mesmo nesta altura do ano e da tão propalada crise, a frequência era muito apreciável. Como a fome apertava, aproveitámos para almoçar num típico restaurante. O prato teria que passar pelo obrigatório peixe fresco, é claro. Optámos por uns linguados fritos, bem regados por um estupendo alvarinho que mesmo com o tempo fresco caiu divinalmente. Complementámos com o tradicional caldo galego, sopa forte e saborosa. Despedimo-nos com uma daquelas chávenas "acafezadas" que tentam imitar o nosso café expresso... Depois de percorrermos a pé um troço das muralhas, onde pontifica o belo "parador", regressámos pelo mesmo percurso, desta vez com mais possibilidades de parar nos inúmeros recantos merecedores de tal atenção.
olá Pinto! assim e que é dar ar a máquinq. Em setª tambem andei por a´´i mais uma vez. deliciando-me com a paisagem os albarinhos e os mexilhones, uma maravilha.
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