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Belver |
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Portas de Ródão |
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Parque de campismo de Idanha |
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Barragem Marechal Carmona |
O terceiro dia amanheceu azul, como os anteriores. Era altura de partir. No entanto, como a manhã estava tão bonita, resolvi dar ainda um passeio a pé até à barragem e à praia fluvial. Nem vivalma! Regressei, fiz as contas na recepção do parque, aqui sempre reduzidas, e lá saí, rumo a Belver pela estrada municipal que a liga a Ortiga, passando pelo parque. Belver é uma povoação muito bonita, uma verdadeira esplanada debruçada sobre o Tejo. É sempre retemperador para os olhos, parar num dos miradouros ali existentes e espraiar a vista pelo rio, a ponte, o castelo, a linha de comboio, o caminho pedestre que vai pelo passadiço até ao Alamal... Atravessei a referida ponte e pouco depois entrava em Gavião. É uma vila simpática, muito envelhecida, um pouco esquecida desde a abertura da A-23. Talvez recupere agora um pouco do anterior protagonismo com a introdução de portagens na antiga SCUT... Recordo-me de aqui passar inúmeras vezes e de almoçar outras tantas. O restaurante que tinha em mente utilizar, tinha mudado de nome, de gerência e sobretudo de preços. Não sei que clientes pensa atrair por aqueles lados com semelhantes preços... Acabei por entrar numa churrasqueira e ali almocei, no meio de divertidos velhotes, camionistas e bombeiros. Prossegui pela antiga estrada que tantas vezes percorri, a Nº 118, por Nisa e Vila Velha de Ródão. Aqui chegados, é obrigatório parar junto à velha ponte metálica sobre o Tejo, que separa os distritos de Portalegre e Castelo Branco. Há sinais de decrepitude por todo o lado. O posto de combustíveis que havia mesmo junto à ponte, está encerrado. O restaurante ao lado, que servia uns divinais peixinhos do rio, com uma soberba varanda sobre o Tejo, também. A vista que daqui se alcança é deslumbrante. As Portas de Ródão ficam mesmo em frente; à direita em cima, o velho castelo do rei Vamba; mesmo ao lado, num plano superior, corre a linha ferroviária. Continuei, atravessando a vila, passando pelo restaurante "O Júlio" onde por vezes almoço, agora pela Nº 18, a certa altura paralela à A-23, até Castelo Branco. Sem entrar na cidade, contorno-a, prosseguindo agora pela Nº 233, por Escalos de Cima, até à ponte sobre a ribeira de Alpreade, local onde se vira à direita para a Nº 353, por Oledo, localidade que se atravessa sobre paralelepípedos, com muitos velhinhos a procurar uma réstea de sol, e pouco depois entro na rotunda que serve de porta de entrada a Idanha-a-Nova. Aqui, há uns anos atrás existia um supermercado chamado Comepreços, onde gostava de entrar porque tinha sempre os artigos mais inesperados para quem vinha do litoral e a módicos preços. Agora, sinal dos tempos, é o Minipreço. Virei à direita com o objectivo de ir ao Intermarché, abastecer de gasóleo e comprar o jantar. Cumprida a missão, fui em busca do parque de campismo que fica num local paradisíaco, mesmo à beira da barragem Marechal Carmona, a uns 5 Km da vila. Um pouco antes do parque aparece uma rotunda e ali está a barragem, com uma vista espectacular, um enorme espelho de água azul, com uma ilha cheia de vegetação no meio e ao longe a inconfundível silhueta de Monsanto. O parque é enorme, tão grande que tem uma parte substancial desactivada. Esta dimensão justificava-se quando pertencia à autarquia e os preços eram bem mais convidativos. Agora tem muitos mais bungalows que então, mas as instalações degradaram-se um pouco. No entanto, continua a ser em minha opinião, um dos melhores parques de campismo do país. O único som audível na maior parte do dia e da noite, são os chocalhos das vacas que pastam à solta pelas margens da barragem. É o local ideal para quem gosta de silêncio, precisa descansar, ou simplesmente estar junto da natureza e das coisas belas, como eu.
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