terça-feira, 19 de agosto de 2014

VALE DE AOSTA 2014 - 3 PARCO NAZIONALE GRAN PARADISO

Como já disse, é impossível ficar a conhecer uma região, ainda que pequena, numa semana. Há que estabelecer prioridades e não querer ver tudo, porque senão acaba por não se ver nada em profundidade. Eu estabeleci como imprescindíveis a visita à cidade de Aosta, a sul ao inevitável Parco Nazionale del Gran Paradiso e seus vales Grisenche, di Rhêmes, Savarenche e Cogne. Aos imperdíveis castelos, com prioridade máxima para o de Fénis e Bard. As passagens pelos Cols de S. Bernardo, o gran e o petit, com visita às estâncias de Courmayeur e La Thuille e a norte entrando na Suíça por Martigny e descendo depois a Chamonix-Mont-Blanc, na França. Não dominamos todos os factores, nomeadamente os climatéricos, como veremos, e por vezes há que fazer adaptações. Assim, logo a 25/7, sexta-feira, decidimos começar pelo sul, visitando Cogne e as cascatas de Lillaz. O dia estava bonito e percorremos os cerca de 30 Km que nos separavam de Cogne, rapidamente, apesar de devagar, para apreciar devidamente o muito que havia para ver. Antes porém, uma paragem numa típica aldeia, para tirar umas fotos numa ponte sobre um rio caudaloso. Quando procurava a pose ideal, aproximou-se um touro com más intenções, talvez devido à minha camisa encarnada e, em face da clara vontade de me espetar um corno, só tive tempo de chegar ao outro lado da ponte.


    A vila é muito típica, muito divulgada como ponto incontornável no Vale de Aosta e por isso cheia de turistas de todo o lado. Tem construções muito bonitas, mas depois são inevitáveis as muitas lojas todas dedicadas aos mesmos negócios, com os mesmos produtos expostos e as mesmas multidões deambulando pelo meio. Demos meia volta e continuámos rumo às cascatas de Lillaz, um pouco mais à frente. Aqui sim, apesar de haver bastante gente, não estava a multidão de Cogne.



Chega-se à base das cascatas por um curto caminho depois do parque de estacionamento. O acesso ganha grande dificuldade depois, quando se começa a subir por uma estreita vereda, sempre acompanhados por cascatas cada vez maiores, mais ruidosas e mais caudalosas. Um espectáculo indescritível!




Cascatas de Lillaz


A combinação das enormes massas de água, as imponentes falésias, o denso arvoredo e o ruído provocado pela água a bater nas rochas, emprestavam ao ambiente algo de irreal e único.





















Na povoação, os inevitáveis maciços de flores, espalhavam-se por todo o lado, dando alegria a qualquer recanto.

Com tais paisagens em volta, apetece mesmo é ficar por ali a usufruí-las. E não há como almoçar no meio do verde, das flores, das montanhas e dos rios. Montámos o piquenique e pouco depois passava lentamente por nós um carro dos carabinieri, que depois de ver a nossa matrícula, mais interessada ficou, a ponto de pouco depois voltar a passar, ainda mais devagar. Talvez hesitassem em pedir para provar a comidinha portuguesa...

A parte da tarde foi dedicada aos vales di Rhêmes e Savarenche. Estradas sinuosas, sempre com altas montanhas nevadas e rios caudalosos por companhia. Povoações lindíssimas, de montanha, com muita presença de madeiras e flores.



Toda esta beleza natural, ar puro e natureza quase intocada e bem preservada, atrai milhares de pessoas, ávidas de a usufruir, de bicicleta, a pé, de canoa, ou, como nós, de automóvel ou moto. Toda a região vive primordialmente do turismo, assente na enorme oferta hoteleira, em todas as modalidades, as povoações estão cheias de restaurantes, bares, lojas de produtos ligados ao desporto e, excepto as quintas que se dedicam à criação de gado, toda a economia gira em torno do sector turístico. Quando tudo é belo à nossa volta, o tempo esgota-se rapidamente. Depois de chegarmos ao fim da estrada do Valsavarenche, no pequeno aglomerado de Pont, regressámos, não havendo já tempo para o Val Grisenche. Antes da hora de jantar, chegávamos a Plan D'Avie


Às suas neblinas anunciadoras da noite


Às suas vaquinhas












E às suas flores.

180 Km

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