A C-26 dá lugar à A-26, que nos serviu para entrarmos na pretendida AP-7, antes de Figueres, a primeira com portagem. Não parámos em La Jonquera e pouco depois atravessávamos a fronteira de França. O calor começava a apertar e as filas de camiões eram compactas. As auto-estradas francesas são caras, com várias paragens para tirar ticket e pagar ticket, mas as áreas de descanso e de serviço são óptimas, com uma frequência de cerca de 20 Km entre si, muito espaçosas, com enormes áreas bem arborizadas, com mesas, casas de banho limpas e muitas até com chuveiros exteriores. Parámos numa delas, na zona de Perpignan, muito perto do mar.
Perto de Perpignan |
Prosseguimos pela A-9, sempre com imenso trânsito, por Narbonne, Béziers, Montpellier, Arles, Aix (aqui é preciso atravessar a cidade) A-51 e saímos na saída 18, de Manosque, com trovoada, para dormirmos no Ibis da cidade. Este fica mesmo perto da 1ª rotunda logo após a saída da auto-estrada, mas por distracção passámos sem ver a indicação e entrámos na cidade, integrados numa enorme fila, tendo que fazer o percurso inverso para achar o hotel. A insonorização deste era pior que as barracas de madeira e pouco depois de nos deitarmos, a cama do quarto de cima dançava, rangia e balançava que nem uma nau vergastada pela borrasca, num movimento que durou bem uma hora. Depois, deu para seguir todos os movimentos pelos ruídos: os chinelos a cair, o chuveiro a ser ligado, os roupeiros a serem abertos, a água a ser fechada, os interruptores a serem desligados... 510 Km neste 3º dia.
De manhã reentrámos na A-51, agora com pouco trânsito pois esta acaba antes de Gap, sem ligação a qualquer outra. O tempo estava de novo de trovoadas, mas as paisagens eram muito bonitas. Qualquer cidade está ligada por ferrovias, com comboios sempre a passar. Parámos logo na área de serviço de Manosque, quase vazia.
Área de serviço de Manosque |
Saímos da auto-estrada no seu fim e apanhámos a D-942, com paragem na pequena mas airosa vila de Chorges. Já por aqui tenho dito que França é um oásis de supermercados de diferentes cadeias, bem sinalizados com antecedência. É fácil comprar refeições já confeccionadas, quando não há muito tempo para paragens em restaurantes. Foi o que aqui fizemos. Pouco depois, junto ao Lac de Serre-Ponçon, cheio de áreas de piquenique, parámos e almoçámos defronte das águas azuis e dos barcos que passavam.
Lac de Serre-Ponçon |
Eu sabia que para chegarmos à quinta onde iríamos ficar, tinha que apanhar a S-27, que vai para o Col do Gd S. Bernardo. Logo a seguir às portagens, havia uma grande placa a dizer S-27 Gd S. Bernardo. E por ali nos enfiámos! Entrámos logo num túnel que nunca mais tinha fim. Mais de 5 Km de túnel, sempre a subir. Por fim, apareceu a luz do dia e umas bombas de combustível, onde parámos para perguntar por Arpuilles. O homem, que não falava francês, coçou a cabeça e por fim foi buscar um mapa, onde me tentou explicar que tinha que voltar para trás e eu percebi que não podia voltar a entrar no túnel. Voltámos para trás, de facto havia uma bifurcação bem confusa, por acaso optámos pela via exterior ao túnel e alguns quilómetros depois, entrámos em Aosta. Bonito serviço! Felizmente, fomos dar a uma rotunda, que soube depois ser a correcta, onde havia uma placa a dizer de novo "S-27 Col du gd S. Bernard", demos meia volta e regressámos pelo mesmo caminho. Mas quando já pensava que o homem das bombas nos tinha enganado, uns 3 Km à frente apareceu uma pequena placa a indicar Arpuilles. Entrámos numa estradinha estreita, cheia de "tornantes", com uma inclinação sempre superior a 12%. Ainda tivemos que pedir ajuda em Arpuilles, mas depois começaram a aparecer placas a indicar "Plan D'avie", e de facto, ao fim de 4 Km que pareciam não ter fim, avistámos a bela moradia onde iríamos ficar 8 dias, num local espectacular, no meio de relva, flores e montanha, e com a cidade de Aosta aos pés. Magnífico!
Plan D'Avie |
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