domingo, 31 de agosto de 2014

VALE DE AOSTA 2014 - 8 ASPIN-EN-LEVEDAN

1/8
E chegara Agosto. A noite havia sido tempestuosa, depois de um dia lindo. Chovera e trovejara e de manhã o tempo estava ainda todo tapado, embora já não chovesse. Depois de carregado o carro e feitas as despedidas, partimos para a nossa última descida até Arpuilles e entrámos no túnel que desemboca directamente na entrada da A-5 em Aosta-Est. Fizemos calmamente todo o percurso já sem chuva, com muito trânsito, especialmente de veículos suíços até nos aproximarmos de Turim, altura em que o trânsito se começou a congestionar, com filas compactas, mas sem paragens. Passámos a A-55 e só depois de entrarmos na A-32 é que a intensidade de tráfego normalizou. Entramos depois em sucessivos túneis, antes e depois de Susa, até sairmos em Oulx Ouest, apanhando a S-24 por Cesana Torinese e entrámos em França por Montgenèvre e Briançon, tal como havíamos feito à ida. Paragem em Savines-le-Lac para almoço, estância balnear muito concorrida nesta época.
Lac de Serre-Ponçon
Este troço da estrada é muito bonito, sempre à beira do Lac de Serre Ponçon. Nova paragem em Chorges e pouco depois apanhámos a A-51, relativamente calma até próximo de Aix-en-Provence. Aqui, como havia algum congestionamento na entrada da cidade, cuja travessia é obrigatória para continuarmos depois pela A-8, resolvemos entrar logo na D-7 que nos aparecia convidativamente mesmo ali à direita. Revelou-se uma excelente opção, que nos evitou a travessia da cidade e poupando-nos a portagem na A-8 e A-7. Chegámos facilmente ao Campanille de Salon-de-Provence, previamente reservado e mesmo ao lado da auto-estrada a apanhar no dia seguinte. Fizemos todo o percurso deste dia sem nenhuma complicação de maior, apesar de ser dia 1 de Agosto, talvez por ser sexta-feira. O Campanille revelou-se caro para a qualidade oferecida (75€). Já denota alguma degradação perceptível em vários pormenores. As toalhas de banho, eu juraria que não tinham sido lavadas de novo e de noite houve um ruído, talvez de compressor, de 10 em 10 segundos. O jantar no seu restaurante muito concorrido, revelou-se a carga de fome habitual por 40€.            491 Km.

  2/8
Entusiasmados com a facilidade do percurso no dia anterior, levantámo-nos cedo e ainda esperámos pela abertura do E-Leclerc (8,45) ali mesmo ao lado. Tomámos a A-54, passámos Arles e logo a seguir a Nîmes, começaram os problemas. O ecrán do GPS começou a mostrar filas paradas, primeiro na A-9 e depois em todas as estradas nacionais e departamentais em redor, desencorajando qualquer pensamento de sair da A-9 e tentar outra solução. Não tínhamos escapado então aos famosos mega-engarrafamentos de início de Agosto em França! O dia anterior tinha sido relativamente calmo apenas por ser sexta-feira, via agora. Andávamos 1 ou 2 quilómetros, em velocidade reduzida e logo outro engarrafamento, com o perigo inerente dos distraídos atrás de nós. Depois de Lunel a situação complicou-se e toda a área de Montpellier tornou-se infernal. As notícias davam conta de engarrafamentos colossais em todo o sul de França, especialmente na A-9 onde nos encontrávamos, pois então! Veio ao de cima a obsolescência do sistema de pagamento de portagens francês. Eu, que tanto elogiara as áreas de serviço fantásticas das suas auto-estradas, mordia os lábios de raiva a ver as horas a passar e ali bloqueado sem poder fazer nada. É inacreditável que se tenha que parar várias vezes para tirar ticket e pagar ticket sem sair da auto-estrada. Depois da saída 32, logo depois de Montpellier, estivemos 1h30 só para pagar!! Milhares de veículos de todas as categorias e nacionalidades, num caos indescritível. Valia tudo! Gente a urinar no meio da via, outros a vomitar por cima dos rails, mães a alimentar bébés a chorar, fora dos carros que entretanto aqueciam ao sol implacável, mulheres de burka por entre os carros parados, numa praça de portagem com dezenas de cabinas, algumas encerradas inexplicavelmente, sem absolutamente ninguém da empresa exploradora a ajudar no que quer que fosse! Sim, estávamos em França, não na Bulgária ou Roménia! Ao cabo de hora e meia de nervos à flor da pele, impropérios, fome, calor e raiva impotente, começámos a aproximar-nos das barreiras, no meio de um caos onde cada um tentava empurrar o outro sem lhe tocar. Passámos as barreiras e nem um quilómetro andámos e novos engarrafamentos. O GPS era um mar de sinais de filas. Os pacotes de bolachas e garrafas de água iam desaparecendo. Antes de Béziers, a A-75 despejava mais uns milhares de carros na super-congestionada A-9. Na saída 35 era um salve-se quem puder, eles a tentar entrar numa via que já não suportava os que lá estavam. E o depósito pedia abastecimento! E agora? depois de uns quilómetros em pára-arranca, apareceu uma área de serviço, mas nem se conseguia entrar, com carros encostados aos rails muito antes da entrada. Na seguinte, entrei mesmo assim, pois urgia abastecer. A fila para abastecimento era enorme, dentro de toda a área, só faltava estacionar carros em cima dos rails de protecção, milhares de pessoas circulavam por todo o lado numa confusão indescritível. Havia rapazes com coletes a vigiar o abastecimento para que ninguém fugisse sem pagar. Chegou a minha vez e uma mensagem anunciava o pré-pagamento! Entrei para a interminável fila do atendimento lá dentro, enquanto cá fora a fila atrás do nosso carro, crescia até fora da área de serviço. Quando finalmente a desnorteada empregada me atendeu, disse-me que podia abastecer, que não era preciso pagar primeiro!! Rosnando raios e coriscos em bom português, voltei ao carro. Atrás, os outros olhavam-nos, entre resignados e furiosos. Chamei um dos rapazes que me disse que era preciso pagar primeiro! Mandei-o àquele sítio internacionalmente conhecido, emiti dois palavrões muito lusos e arranquei pelo meio dos intervalos de carros em cima de relvados e de pessoas que surgiam de todo o lado. Para reentrar na autoestrada bloqueada foi outra aventura. Antes de Narbonne, conseguimos entrar noutra área de serviço. Agora, além do depósito quase vazio acrescia a preocupação de não conseguirmos chegar ao nosso destino antes das 18 horas, posto como limite para a entrada nos apartamentos. Havia que entrar em contacto. Placas indicavam Wifi gratuito e livre. Óptimo! Liguei o PC, mas era precisa uma password! Com que então "free wifi"!! Depois de uma fila interminável, o empregado confirmou que não era precisa password. Mais uns palavrões lusitanos e recorremos ao telefone. Finalmente conseguimos avisar que não iríamos chegar a tempo e deram-nos a solução, descansando-nos nesse ponto. Consegui abastecer o carro e, milagre(!) arranjámos um lugar para estacionar!! Com o depósito cheio, o problema da chegada resolvido, fomos tratar do estômago, nesta altura já colado às costas. Reconfortados e reabastecidos de paciência, voltámos ao inferno. À saída de Narbonne, a A-61, tentava despejar mais uns milhares de veículos na coitada A-9! Felizmente para nós, era por esta A-61, mas no sentido contrário que íamos a partir de agora. Uff!! Do outro lado, havia mais de 20 Km de carros parados em fila, para entrar na A-9! Quando é que aquela gente ia chegar aos seus destinos, em Perpignan, Costa do Sol espanhola, Barcelona e outros? No nosso sentido o trânsito agora era normal. Que alívio, depois de toda a tensão sofrida! Passámos Carcassonne e saímos na saída para a A-66, em St-Rome, depois Nailloux, Auterive, entrámos na A-64 até à saída 15, por Bagnères-de-Bigorre, Lourdes e finalmente, depois das 20 h, estafados, Aspin-en-Levedan, 3 Km a sul de Lourdes, num complexo de aparthotel muito agradável. A porta do nosso apartamento estava aberta, como prometido e tudo a postos para o descanso. Um dia de loucos! Bem vindo, Agosto...   513Km     

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

VALE DE AOSTA 2014 - 7 CHAMONIX-MONT-BLANC

31/7
Depois de alguma instabilidade nos dias anteriores, a previsão era de céu limpo e temperaturas agradáveis para toda a região. Assim, no último dia da nossa estadia em Itália, partimos com 3 objectivos: a passagem no Col du Grand S. Bérnard, visita à cidade suíça de Martigny e o ponto mais elevado dos Alpes, o Monte Branco. Tomámos a S-27 e logo à saída deparámos com uma grande concentração de burros de 4 patas.

Fizemos a primeira paragem na aldeia de Etroubles, antes do desvio para Col du Grand S. Bernard, para quem opta por não entrar no túnel, como nós. Não gosto de túneis e, por norma, quando vou em passeio e com tempo, prefiro as estradinhas que trepam pelas montanhas, com belas paisagens e sem portagens.





Estrada do Col du Grand S. Bernard


Havia muitas motos na estrada, como aliás em todos os dias já decorridos.










Pouco depois, chegávamos a um pequeno lago e à fronteira suíça.










Não se encontrava ninguém no posto fronteiriço e a entrada fazia-se à vontade, como em toda a UE. Veremos a partir de Novembro de 2015, com a denúncia do Acordo de Schengen por parte da Suíça, como será.








Há aqui um hospício fundado pelos monges, onde estes treinavam os famosos cães de montanha. Logo que começamos a descer no lado suíço, vemos painéis alusivos à passagem das tropas de Napoleão em 1800.









É inevitável que no meio daquela paisagem inóspita, embora de extrema beleza, o silêncio nos transporte até há 2 séculos atrás e a nossa imaginação comece a traçar cenários e dramas outrora ali vividos.






Como seria passar ali, sem estradas, um exército a pé e a cavalo, em Maio, com neve, arrastando fardos com provisões, peças de artilharia, animais, diverso armamento? Gente que tantas vezes só comia aquilo que conseguia saquear às populações que por infelicidade sua, lhes ficavam no caminho?







Suíça, logo após o Col du Grand S. Bernard



Continuámos a descida, passando por cenários de grande beleza, com lindas aldeias de casas com telhados alpinos, encostas de verde intenso e depois a estrada entrou em túneis abertos para o lado do vale, que a protege de avalanches e da queda de nevões, no Inverno.






Entrámos em Martigny, acolhedora cidade suíça que tem a curiosa particularidade de as suas rotundas terem uma obra de arte diferente em cada uma.











Como sempre acontece por onde passamos, também ali decorria uma feira, onde se ouvia de quando em quando falar português!









As ruas e largos principais, estavam cheios de esplanadas, de restaurantes e cafés cheios de gente, que gozavam o magnífico dia de sol. Saímos e parámos numa subida para apreciar a cidade em baixo, rodeada por vinhedos.







Começámos a subida para o Col de la Forclaz. Viam-se imensas barraquinhas à beira da estrada a vender "apricots". Pelos vistos ali não há a ASAE, nem o fisco a perseguir os vendedores...









Entrámos em França em Le Châtelard e a partir de Argentière a silhueta do Mont Blanc dominava a paisagem.











Ao lado da estrada, a espectacular linha do Expresso do Mont Blanc, acompanhava-nos, desde Martigny a Chamonix.








Chamonix-Mont-Blanc
 Entrámos em Chamonix, cidade dominada pela tutelar omnipresença do Monte Branco, que envergonhadamente se esconde a tempos, atrás do seu chapéu de nuvens brancas.


A cidade vive da montanha e dos desportos a ela associados.










No Inverno, o esqui e restantes desportos de neve, são reis da cidade e arredores, enchendo a abundante oferta hoteleira e estâncias de alta montanha.










No Verão, é o "rafting", a canoagem, o parapente, a escalada e a caminhada que a preenchem. Toda a cidade regurgita de juventude.
 Para evitar o túnel do Monte Branco, que após 12 Km debaixo da Aiguille du Midi, nos colocaria em Courmayeur, na Itália, tivemos que fazer todo o caminho da vinda. Nenhum sacrifício, afinal, mas havia que partir. E lá fomos, por Martigny, agora sem parar.





Passámos de novo o Col du Grand S. Bernard












A fronteira Suíça/Itália












as aldeia italianas do Valle del Gran San Bernard











e pouco depois, estávamos em Plan D'Avie.











Antes da nossa última noite de estadia italiana, tivemos ainda a grata surpresa de um lanche oferecido pelos nossos anfitriões, na cave da casa, onde envelhecem os vinhos. Com a companhia dos vizinhos de outro apartamento, a que se juntou por acaso a veterinária que cuida dos animais da quinta, foi um convívio que fechou de forma esplêndida a inesquecível estada neste agriturismo do Vale de Aosta.










A cave dos queijos também não ficou esquecida...











Último registo, agora nocturno, da bela cidade de Aosta, aos pés de Plan D'Avie.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

VALE DE AOSTA 2014 - 6 CASTELOS DE FÉNIS E DE BARD

    O dia 29/7, amanheceu chuvoso e com trovoadas, depois de uma noite também igual. Com a perspectiva de andarmos no meio de nevoeiros densos e debaixo de chuva, optámos por ficar em casa a descansar, nos alpendres, com recurso aos jogos, leitura e internet. Ainda assim, demos um pulo a Aosta, para nos abastecermos, mas a cidade estava um caos de trânsito, sem lugares para estacionar.

    Com algum receio que o mau tempo viesse para ficar, rejubilámos quando no dia seguinte, 30/7, vimos o sol a entrar pelo quarto dentro.


Resolvemos então dedicar o dia aos castelos da região, que os tem em abundância. Desempenhando na sua maioria a dupla função de defesa militar e de habitação palaciana, basta seguir a estrada S-26 para irmos passando de silhueta em silhueta. Na impossibilidade de os ver todos, elegemos 4, pensando visitar 2 de manhã e os outros 2 de tarde. Assim, dirigimo-nos ao primeiro e mais famoso de todos, o castelo de Fénis.



No parque de estacionamento para a visita ao castelo, a vista para um lado era esta: um delicioso hotel e restaurante onde as flores eram rainhas.











No lado oposto tínhamos esta: atrás de sombras misteriosas criadas por esparso arvoredo, avistava-se o enorme castelo de Fénis, mais imponente que as montanhas que o abrigam.











As visitas faziam-se apenas de hora a hora e a seguinte era às 11 horas. A diferença da hora portuguesa para a do centro da Europa, também provoca alguns contratempos. Para nós, são 9,15h, em Itália são 10,15h, o que quer dizer que a visita começava às 11 horas locais e estava passada a manhã!





Enquanto esperávamos fomos vendo as imediações.










O castelo é imponente, com colossais muralhas e torres.











Ao contrário dos nossos castelos, mesmo os bem conservados que só têm pedra nua, este mantém um interior muito bem tratado, com galerias em madeira e frescos em muitas paredes.










Apesar de não possuir um mobiliário muito rico, a decoração vale por si e pelo resto. O guia que nos acompanhou era muito simpático, intercalando umas histórias pitorescas e engraçadas pelo meio da descrição.






Castelo de Fénis




E já passava do meio dia quando saímos de Fénis, com a manhã passada. Optámos pois por almoçar e dirigirmo-nos em seguida para outro ponto indispensável: a inexpugnável fortaleza de Bard.

Logo na aproximação à localidade a paisagem é dominada pela formidável fortaleza sobranceira ao rio e a quem passa na estrada ao lado, dominando o vale. Depois de resolvido o difícil problema do estacionamento, chegámos à base do forte.








Dado o grande desnível entre as várias estruturas do forte espalhadas pela colina, o acesso de umas a outras pode fazer-se por um ascensor panorâmico










através do qual se obtêm excelentes vistas sobre o rio, a aldeia e o vale.









Vista de Bard a partir do seu forte


O forte tem actualmente duas principais atracções, além de excelente ponto de observação em redor: a antiga prisão onde estiveram detidos os oficiais que o defenderam das tropas de Napoleão, depois da conquista e uma exposição permanente que relata os principais capítulos dessa conquista pelos exércitos napoleónicos em 1810. De facto, esta passagem estratégica era fundamental quer para defensores, quer para os conquistadores franceses que queriam ir mais além. A fortaleza resistiu sempre, devido à sua posição inexpugnável e ao seu poder de fogo, até que Napoleão, enraivecido com a resistência, ordenou um cerco até à sua destruição total.



Todos os vários fortins espalhados pela colina eram repletos de aberturas para bocas de fogo











Havia uma escadaria sem fim que percorria toda a colina, de cima a baixo, unindo todas as estruturas do forte, protegidas de fora.









Hoje a escadaria está inacessível, substituída pelos ascensores exteriores.








Prisão do forte de Bard














Formidáveis rochedos protegem construções interiores
Fortim visto de outro num patamar inferior




























Bard (povoação)

Com o tempo da visita a este enorme forte, fizera-se tarde. No caminho de regresso, parámos ainda no castelo de Verrès, que planeáramos visitar, mas a admissão para as últimas visitas já tinha terminado. Para dizer a verdade, estávamos também estafados pelas visitas, quer a da manhã, quer sobretudo a da tarde ao forte de Bard, muito grande, sempre com subidas e descidas.


Por isso, limitámo-nos a ver Verrès por fora.










Castelo de Ussel
No caminho de regresso, tempo ainda para fotografar a silhueta do castelo de Ussel. Depois, Aosta e a subida até Plan D'Avie. Dia cansativo mas muito proveitoso.

sábado, 23 de agosto de 2014

VALE DE AOSTA 2014 - 5 COL DU PETIT ST BERNARD

28/7, segunda-feira, era dia para atravessar a fronteira francesa no Col du Petit St. Bernard. Seguimos para oeste pela S-26, sempre cheia de trânsito e semáforos, até Pré-St-Didier, cruzamento importante que segue para norte para Courmayeur e para sul para o Col du Petit St. Bernard. Reservámos a visita a Courmayeur para o regresso à tarde e parámos na vila termal de Pré-St-Didier, envolta num encantador mar de flores.


Todas as casas tinham flores, nas janelas, varandas, parapeitos, quintais.











Mas também os edifícios públicos












E as casas de comércio. Um regalo para os olhos!











Do parque de estacionamento da vila, via-se ao longe e em cima, uma estrutura metálica suspensa num abismo, com gente a mexer-se lá em cima. Decidimos ir investigar. Depois de uma subida por sucessivos cotovelos, chegámos a um desvio que dizia "passadiço panorâmico". E, percorrido um atalho, lá estava o passadiço em aço, suspenso sobre a garganta de um rio.






Lá em cima, dado que o piso é furado, quem tem vertigens sente um arrepiozinho nas partes íntimas, mas a vista é fenomenal. Passámos La Thuile, vila lindíssima, também mergulhada em flores e mais uma vez deixámo-la para o regresso.







Pouco depois aparecia o Lago di Verney, rodeado de montanhas cobertas de verdes pastos até meio e de neve nos cimos. A fronteira com a França, no Col du Petit St. Bernard a 2188m, surgiu logo depois.










Há por aqui diversas estações de teleférico que transportam os entusiastas do ski e outros desportos de inverno até ao cimo dos montes mais altos.








Na fronteira, o cão S. Bernardo é o grande protagonista, em tamanho pequeno, XXL, cerâmica, madeira, peluche, ou ao vivo!










Apesar do frio que subitamente se fez sentir, acompanhando umas nuvens muito escuras, um restaurante com esplanada convidava os veraneantes a sentar-se.








Nesta passagem, já conhecida e usada desde o tempo dos romanos, S. Bernardo fundou um "hospício", para acolher peregrinos que por aqui se aventuravam nestes ermos gelados a maior parte do ano. Foi restaurado há poucos anos e está aberto com as mesmas funções, de Junho a Outubro.







Deve ser agradável passar aqui uma noite de tempestade, com o vendaval a varrer estas paragens, o granizo a bater nas vidraças e as trovoadas a estralejar neste ponto mais alto das imediações.









Depois de uma descida por uma estradinha aos ziguezagues e de um desnível de 340 metros











chegámos à estância francesa de La Rosiére.











As boas vindas aos milhares de motards que percorrem incessantemente estas paragens










e o piquenique à saída de La Rosiére, perante a ameaça iminente de chuva.










Saída de La Rosiére, com a cidade de Bourg-St-Maurice aos pés, antes do dilúvio




A cidade de Bourg-St-Maurice vê-se a partir de La Rosiére, mas para lá chegar...! Faz lembrar Manteigas vista das Penhas Douradas, parecendo ali tão perto, mas acessível apenas depois de 12 Km de curvas apertadas. Depois de "tornantes" que parecia não terem fim, já feitos debaixo de chuva que se foi intensificando, entrámos em Bourg-St-Maurice, interessante cidade de montanha, que só pudemos ver dentro do carro. Demos a volta e passando de novo por Séez, dirigimo-nos a Val d'Isère, parando na barragem de Tignes.

Aqui a chuva já estava mais fraca. Mas a tarde já ia a meio e faltava todo o percurso já feito nesse dia. Chegámos a Val d'Isère e demos meia volta, para regressarmos pelo mesmo caminho. Nas curvas de La Rosiére, além da chuva, chegou também o nevoeiro, a complicar a condução bastante tensa em estrada estreita, sem protecções e com ravinas a espreitar imediatamente ao lado do fim do asfalto.





Em La Thuille agora chovia copiosamente. Saída do carro apenas para colher uma foto de onde, apesar de tudo, as cores das floreiras ainda sobressaíam do cinzento que cobria a povoação. Já não apetecia visitar Courmayeur, com aquele tempo. Assim, regressámos directamente a Aosta e Plan D'Avie.






O tom cinzento era geral.












embora passado algum tempo já se visse de novo o sol, que veio ao fim da tarde dar esperança para o dia seguinte.

258 Km