Mais um dia de Cols. Agora para o lado de Leste. Saímos de novo por Luz-st-Sauveur, com a mesma dificuldade de travessia. Aqui apanhámos a D-918, a caminho do Col du Tourmalet, outra das etapas de referência do Tour de France.
Estrada estreita, com grandes declives e muito trânsito. No Col du Tourmalet, havia obras e todos os lugares onde era possível estacionar um carro, estavm ocupados. A paisagem é linda, para ambos os lados que se avistam do alto da montanha, apesar dos bancos de nevoeiro que a espaços tapavam as vistas. Na impossibilidade de parar, começámos a descer, mas logo tivemos que parar numa fila que seguia atrás de uma viatura enorme que transportava uma gigantesca máquina industrial, das obras que decorriam lá em cima.
A cada curva, novo engarrafamento, pois os carros que vinham de frente tinham sempre que recuar para a bisarma poder, a custo, continuar, ocupando toda a estrada.
Felizmente que o gigantesco camião parou na estação de desportos de Inverno de La Mongié, cheia de carros e de gente que se acumulava numa interminável fila para o teleférico que dá acesso ao Pic du Midi de Bigorre e assim pudemos continuar pelo Vallé de Campan, agora mais descontraidamente. Pouco depois, virámos à direita, no sentido de Col D'Aspin.
Pic du Midi de Bigorre |
Todo o local é domínio dos bovinos, que ocupam as montanhas, a estrada, os caminhos e o estacionamento!
Este sítio é verdadeiramente idílico, com paisagens bucólicas que nos transportam para a nossa literatura de infância.
Para se passar é preciso esperar pela boa vontade das vacas, que por vezes ficam paradas pensativamente no meio da estrada, até que algo desperte o seu interesse
como o piquenique que uma família fazia calmamente na erva fresca, interrompido pela curiosidade e apetite das vaquinhas...
Lá em baixo, muito ao fundo avistava-se Arreau, onde contávamos almoçar. E depois de uma vertiginosa descida, possível pela quase ausência de trânsito em sentido contrário, chegámos à linda Arreau.
Arreau é uma deliciosa cidadezinha, situada numa encruzilhada, entre o Col D'Aspin e o Col de Peyresourde e na estrada que dá acesso a Espanha pelo túnel de Bielsa. Tem uma arquitectura fabulosa, de que ressalta o seu mais emblemático edifício, a Mairie, com o mercado por baixo.
É atravessada pelo irrequieto rio Neste, que com as suas pontes, flores e lindas casas, forma um conjunto urbano digno de cenário para pintores.
Pequenos mas graciosos estabelecimentos, dão cor e um toque de magia à cidade.
Arreau |
Arreau tem excelentes restaurantes e almoçámos no L'Arbizon, num cenário envolto em flores. Deliciosa refeição num ambiente a condizer.
Antes da partida, tempo ainda para usufruir um pouco mais dos preciosos recantos da cidade
e da sua linda igreja.
Partimos então pela D-618, ainda mais para Leste, a caminho de Col de Peyresourde, sem a espectacularidade paisagística dos anteriores. Atravessámos a bela cidade termal de Bagnères-de-Luchon, cheia de belos edifícios oitocentistas, inúmeros palacetes e belos parques com frondosas árvores, que lhe conferem um ambiente de cenário cinematográfico de finais de séc. XIX. Não parámos, com pena, porque já entardecia e estávamos longe de "casa". Começámos a subir para Norte, agora pela D-125, com visita a Salles-et-Pratvie, para recordar um camping onde já pernoitámos anteriormente. Seguimos depois até Montréjeau, onde tomámos a A-64 até à saída 15, por Bagnères de Bigorre.
Antes, fizemos ainda uma paragem no castelo de Mauvezin, mas não pudemos visitá-lo porque já estava encerrado. Chegámos a Aspin-en-Lavedan já à hora de jantar e um pouco cansados, mas satisfeitos.
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