Dia para explorar "cols". Subir e descer montanhas, picos de créditos firmados no Tour de France. Volta que já tínhamos feito mais vezes, mas que nunca cansa.
O dia estava bom. Partimos por Argelès-Gazost, pela célebre D-918, a mítica estrada que atravessa os Pirenéus do Mediterrâneo ao Atlântico. Começaram imediatamente as deliciosas aldeias enquadradas por paisagens fantásticas.
Parámos em Marsous, para absorver o belo quadro, de casas lindas rodeadas por montanhas e paisagens verdes.
Arrens-Marsous é uma verdadeira jóia, neste aspecto.
Logo a seguir a Arrens-Marsous, a estrada estreita-se e fica refém dos ciclistas que a tomam de assalto.
Sendo estes os nomes sonantes das etapas do Tour de France, há centenas de ciclistas, profissionais e amadores, que aqui vêm diariamente, uns para treinar, outros apenas para subir ao topo e ali recolher um carimbo que certifica a proeza. Acho que só pela paisagem, já valeria a pena.
Ao cimo, no Col de Soulor, as fotografias da praxe, junto dos marcos e postes respectivos.
Nestes pontos altos, as ovelhas, cavalos ou burros, habituados aos viajantes e aos seus mimos, são presença constante.
Todos pedem umas festas, na esperança que venha mais alguma coisa...
A estrada desce agora ligeiramente, a caminho do Col D'Aubisque, outro ponto alto do Tour de France. estrada estreitíssima, rasgada na montanha, que em alguns pontos permite a passagem apenas a um veículo. Apesar disso, os autocaravanistas circulam por aqui em grande número. Nós também já aqui viemos de autocaravana.
De quando em vez, aparece um túnel tosco, escavado na rocha e a correr água em abundância. Uma bênção para os ciclistas que aqui passam em grande esforço!
À chegada, as boas vindas.
Os ciclistas e o nevoeiro, omnipresentes nestes pontos altos.
Segue-se uma descida vertiginosa até uma bonita estância termal, Eaux-Bonnes, que aparenta a mesma decadência oitocentista que as nossas Pedras Salgadas, Vidago e tantas outras. Grandiosos hotéis encerrados, belas moradias de nobre arquitectura em adiantada degradação, duas ou três lojas antiquadas e alguns idosos, tão decadentes e tristes quanto o património a que dão ainda alguma vida.
Chegamos a Laruns. Como é dia de Cols, optamos por virar à esquerda e seguir para a fronteira com Espanha, no Col du Pourtalet.
As ovelhas fazem questão de mostrar aos automobilistas que se sabem comportar na estrada.
Chegados ao Col du Pourtalet, voltámos para trás. Parámos junto do Lac de Fabrèges, onde tem início o teleférico que transporta os aventureiros que vão experimentar a altíssima linha férrea turística, do Petit train d'Artoust, a mais de 2000 m de altitude, que passa por ravinas de cortar a respiração.
Passámos de novo Laruns e em Arudy virámos à direita, pela D-35. Estradinha estreita e com muito pouco trânsito e sem povoações dignas desse nome, mas com muitos rios e cascatas.
Pouco depois, virámos de novo à direita, para a D-126, departamental muito estreita e íngreme que nos levou de novo ao Col du Soulor. Aqui encontrámos um carro de matrícula portuguesa, o primeiro desde que saíramos de Portugal. Com o dia já a declinar, começámos a descida, por Arrens-Marsous, Argelès-Gazost e Lourdes. Dia de ciclistas, de Cols e paisagens fantásticas.
Sem comentários:
Enviar um comentário