Saímos pela D 603 e D 137 e depois D 176 até Pontorson. A partir desta localidade são apenas uns 8 Km até aos parques de estacionamento para visitantes do Monte. Viagem curta e rápida. Uns quilómetros antes da chegada, já se vê o belo Monte, ao longe, e o seu perfil inconfundível.
Vista desde o parque de estacionamento |
Apesar de ser dia de semana e ainda cedo, os parques de estacionamento já se encontravam bastante ocupados. Mas a área reservada aos veículos é imensa, com dezenas de parques numerados, por classes de veículos. Primeira surpresa à chegada às cancelas: um relance rápido à máquina emissora de bilhetes indicava o preço de 20€/dia. Entendi que esse preço seria para todo o dia, ou até para pernoita, no caso das autocaravanas. Há um mar de gente em permanência a sair dos parques de estacionamento a caminho do local de embarque nas "navettes", pequenos autocarros que nos transportam "gratuitamente" até ao Monte. O trânsito automóvel é interdito a partir deste local.
Há "navettes" constantemente a sair e a chegar ao Monte e a despejar milhares de visitantes. Este é o 2º monumento mais visitado de França, a seguir à torre Eiffel. A imagem tantas vezes vista em publicações, na televisão, em documentários, ali estava à nossa frente, imponente, não deixando ninguém indiferente. Câmaras de toda a espécie disparavam e toda a gente queria eternizar o momento, em imagens. Grupos enormes de japoneses andavam por todo o lado.
A maré estava a encher, produzindo enormes correntes ao lado do passadiço que dá acesso ao Monte. Antigamente, o Monte era uma ilha e as pessoas tinham que esperar pela maré vazia para lá chegar, atravessando o areal e depois aguardar por outra maré para poder sair. Agora existe um istmo e há um grande passadiço em construção ao lado.
Entrada principal, tapada na maré cheia |
Como a água já tapava a entrada habitual, houve que entrar por uma pequena porta existente num dos torreões.
Imagem da travessia, há uns anos atrás |
Entramos imediatamente numa rua muito estreita, só de comércio, de tudo o que existe nos locais com muito turismo: pequenos hotéis de charme, imensos restaurantes, pastelarias, bares ou apenas balcões de venda de alimentos e comidas rápidas; imensas lojas de artesanato e lembranças alusivas ao local.
Muralhas e torreões |
Uma boa parte da ilha é rodeada de muralhas com torreões, que foram erigidas para proteger a abadia dos ataques dos ingleses, na guerra dos cem anos.
Além da "grande rue" e das muralhas, a grande atracção do Monte é sem dúvida a sua abadia beneditina.
Entrada para a abadia |
No topo da "grande rue", uma grande escadaria leva-nos à entrada da abadia. Esta é de facto o grande motivo de visita ao Monte. A sua construção foi iniciada no séc. X, em 966. É enorme, leva algum tempo a visitá-la, desde a grande igreja, às inúmeras capelas, o convento com as suas salas, claustros, refeitório, etc.
Igreja da abadia |
Claustros |
Sala dos cavaleiros |
Do topo das suas muralhas avista-se um panorama sublime. Para Sul, vê-se a foz do Couesnon e a planície onde ficam os parques de estacionamento. Lá em baixo, a capela de St Alberto e a torre de S. Gabriel. No horizonte e ao fundo da grande baía, vê-se para Oeste, o porto de Cancale e em frente a ilhota de Tombelaine.
Foz do Couesnon e passagem de acesso ao rochedo. |
Ilha de Tombaleine |
Não apetecia deixar o grande terraço e o topo da muralha, com vista tão grandiosa. Mas a fome apertava e era tempo de descer, à procura de uma daquelas sanduíches enormes que víramos naqueles inúmeros restaurantes da Grande Rue.
Torre de St. Gabriel |
Compradas as sanduíches, saímos da muralha para o exterior, agora já pela saída normal, pois as águas tinham descido imenso e sentámo-nos no muro que existe lá fora, enchendo os olhos com a formosura daquele magnífico conjunto. Fomos em seguida até ao ponto de recolha das "navettes" e fizemos o caminho de regresso. Existem muitas máquinas de pagamento do estacionamento. Quando introduzi o meu "ticket", apareceu-me no écran o montante mínimo de pagamento: 20€!! Afinal sempre era este o montante mínimo. Fiz umas rápidas contas de cabeça. Havia dezenas de parques, todos cheios. Seriam largos milhares de automóveis, autocaravanas e autocarros. A 20€ a unidade, é fácil chegar a um número médio... Umas dezenas de milhar de euros diários, só em estacionamento! E isto todos os dias do ano! Para quê totolotos?
Lançando um último olhar ao Monte, fizemos o caminho de regresso sem percalços, chegando ainda cedo ao parque, para uma tarde de descanso, recesso e "dolce far niente". Tinha sido um dos pontos altos da viagem. Gosto imenso de cumprir estes objectivos...
Bilhete de entrada, sem guia, na abadia: 9€.
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