Fonte a jorrar pureza há 133 anos, perto de Arcos de Valdevez |
Nesta estrada ainda se conseguem encontrar muitas fontes onde brota água pura e em abundância. Apesar de alguns riscos de contaminação que actualmente existem, não resisto a fazer o mesmo que sempre fiz: parar, beber, sentir o prazer inigualável do sabor da água pura, fresca, inteira, que me deixa plenamente satisfeito, pelo menos até à fonte seguinte... Logo a seguir, Arcos de Valdevez. Gosto muito desta vila, bem representativa da riqueza arquitectónica, paisagística, etnográfica e antropológica do Alto Minho. Fiz o desvio para o centro. Percorri a avenida principal, à beira do rio. Os parques de estacionamento estavam repletos de uma ponta à outra da vila. Assim, dei meia volta à rotunda e voltei à estrada. O dia estava maravilhoso, com sol e uma temperatura ideal para passear. Um pouco antes de chegar a Monção, aparece à esquerda o palácio da Brejoeira, ícone do famoso vinho Alvarinho. Obrigatório parar para apreciar a beleza arquitectónica do palácio e dos seus jardins.
Palácio da Brejoeira - Monção |
Eram horas de almoço e aqui chegado, detectei um cheirinho no ar que me atraía a um local já meu conhecido: o restaurante Vidoeiro, ali mesmo ao lado. Trata-se de um estabelecimento sem pretensões, mas com uma comida com um sabor autêntico, as carnes que levam apenas uma pitada de sal e sabem divinalmente, bem como todos os vegetais que habitualmente as acompanham. Apareceu-me uma enorme travessa cheia de um churrasco de variadas carnes. O vinho, fazia jus à comida. No final, a travessa ficou vazia e o estômago cheio. Tudo aquilo por 7€! Mais pesado, retomei a estrada por baixo do bosque, a caminho do santuário da Srª da Peneda.
Senhora da Peneda |
A estrada está agora muito degradada, com grandes pedaços destruídos, com buracos enormes e sem alcatrão.
O santuário passa por grandes obras de recuperação dos albergues de peregrinos e edifícios adjacentes. Desci até à enorme cascata que cai ao lado da igreja, nesta altura com imensa água.
Havia pouca gente, uma das vantagens de sair durante a semana. Há ali um bom hotel, com a curiosidade de as águas da cascata lhe passarem por baixo através de um túnel.
Feita a visita, regressei pelo mesmo caminho até à porta de Lamas de Mouro e depois virei à direita para Castro Laboreiro. Esta é uma das mais típicas povoações portuguesas. Vila erigida em altitude, tem invernos muito rigorosos. É hoje muito procurada pelos turistas que vêm em busca da sua afamada gastronomia serrana, dos seus costumes, do artesanato e dos cães de raça autóctone, o Castro Laboreiro.
Há aqui um excelente hotel, o "Castrum Villae", bem como uma albergaria e uma estalagem, e ainda várias casas de turismo rural. Não falta onde pernoitar. Os espanhóis invadem esta vila aos fins de semana. Neste dia apenas se avistava um casal estrangeiro. Os residentes viam-se pouco, uns a trabalhar nos campos, outros em casa. Andei pela vila, atravessei umas pontes e uns rochedos e depois voltei à estrada, a caminho de Espanha.
Ponte sobre o rio Castro Laboreiro |
Esta estradinha que liga Castro Laboreiro à fronteira de Ameijoeira, é de uma beleza selvagem. Logo à saída divisamos à direita uma colina rochosa em cuja coroa está edificado o castelo de Castro Laboreiro. No entanto este só se consegue ver depois de aturado esforço, ou com o auxílio de binóculos, de tal forma se integra e se confunde com as rochas. É de muito difícil acesso, a partir do centro da vila, ao cabo de muito se trepar por um carreiro íngreme e de pedras soltas. Teve papel preponderante na Reconquista cristã da península, pertenceu aos muçulmanos, foi conquistado por D. Afonso Henriques, foi atacado no reinado de D. Afonso III e de D. João I...
Castelo de Castro Laboreiro, confundindo-se com a rocha na coroa da montanha |
Barragen do Alto Lindoso, perto de Aceredo - Espanha |
Castelo de Lindoso |
Fui fazer nova visita ao castelo, de onde se avista uma paisagem soberba sobre as águas da albufeira.
Vista do cimo da castelo de Lindoso |
Maqueta do castelo de Lindoso, no seu interior |
O castelo tem um pequeno museu no seu interior, mas o que chama mais a atenção é a vista que dele se obtém, quer para a barragem, quer para o conjunto de espigueiros mesmo ali ao lado.
Espigueiros - Lindoso |
Acabada a visita ao castelo, embrenhei-me no meio dos espigueiros. Alguns ainda cumprem a sua original função, pois estão cheios de espigas de milho.
A tarde avançava e eram horas de partir. Prossegui até Entre-Ambos-os-Rios, localidade com um nome curioso pelo facto de aqui se juntar o rio Tamente ao rio Lima. Logo a seguir aparece a barragem de Touvedo, que forma um belo lago com um parque de campismo mesmo em cima.
Barragem de Touvedo |
Pouco depois chegava a Ponte da Barca. O restante percurso de regresso foi igual ao da manhã, até Vila Verde, Terras de Bouro, Covide, Cerdeira. Estava cumprida mais uma jornada.
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