domingo, 15 de abril de 2012

FRANÇA 2010 - 3 ( A ROTA DOS CÁTAROS)

    Atingido o primeiro objectivo, partimos para o seguinte: a Rota dos Cátaros. Os Cátaros, também conhecidos por Albigenses, eram uma seita que fez oposição à corrupção existente no seio da Igreja no século XIII. Por efeito de intrigas entre o poder político representado pelo rei de França e o Papa, este ordenou uma cruzada contra os Cátaros, que se prolongou por mais de 30 anos, conduzindo a massacres de dezenas de milhares de pessoas, imolações e outros episódios marcados por grande violência e crueldade. Tentando escapar, estes refugiaram-se em castelos inexpugnáveis, erigidos alguns anos antes em cumes impressionantes, que só podiam ser vencidos através de cercos de muitos meses, como aconteceu em Quéribus, Peyrepertuse,

Castelo de Quéribus
 e que teve o seu desfecho em Montségur em 1244, onde, no seu castelo num local que parece um ninho de águias, no cimo de um rochedo a 1215 m de altitude viveram refugiados mais de 500 Cátaros durante
Castelo de Montségur

10 anos. Após um cerco de 10 meses, que incluiu um terrível Inverno pirenaico, tudo acabou com duas

Castelo de Montségur
centenas queimados vivos numa pira, num local que é hoje recordado por um pequeno monumento


com uma cruz cátara, no início da íngreme subida para o castelo. Ficámos boquiabertos quando chegámos ao parque de estacionamento instalado no sopé do monte onde está implantado o castelo e olhámos para


cima do impressionante rochedo que parece ali colocado propositadamente para receber aquele derradeiro refúgio, apenas acessível por um estreitíssimo carreiro de pedra e lama, o qual ao cabo de uma extenuante e demorada subida desemboca finalmente na porta de armas do castelo. É bom ficar ali a recuperar o fôlego

embrenhados no silêncio apenas entrecortado pelo vento ou pelo grito de alguma ave de rapina, olhando a magnífica paisagem em redor e tentando recuar no tempo, sete séculos atrás...
      Descemos de novo e, possuídos por súbita melancolia, partimos de seguida rumo à linda cidadela fortificada que teve também papel central no decurso da cruzada contra os Cátaros: Carcassonne.

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