sábado, 24 de maio de 2014

SS. PICOS DA EUROPA - 3 - RIANO

   A terça feira estava reservada para a volta maior, não tanto pela quilometragem, mas sobretudo pelas estradas sinuosas, com inclinação, estreitas e com imensos pontos de interesse para paragens sucessivas. Partimos de Potes pela N 621, com destino a Riano, pelo Puerto de San Glório. É uma estrada de montanha, com vistas soberbas e, estranhamente, desta vez quase sem trânsito! Habitualmente cheia de neve, mesmo na semana santa, esta só se via nas montanhas mais altas.

A estrada a caminho do Puerto de San Glório
A meio caminho, uma paragem num miradouro com a escultura de um corso, com uma vista espectacular.







Mais umas curvas e umas subidas e chegávamos ao Puerto de S. Glório.







Como o nome indica, a partir daqui começa a descida. Pouco depois, a aldeia de Llanaves de la Reina, pequeno aglomerado, símbolo do maior isolamento. Não se via vivalma. Junto à igreja, um placard mostrava-nos a história da aldeia e de como até há poucas décadas ficava isolada pelos nevões entre 3 a 4 meses por ano, sem qualquer acesso ao exterior, antes da abertura da actual estrada, conquistada pela dinamite aos rochedos impressionantes que compõem as gargantas e desfiladeiros por onde agora passamos.


















Ao lado da estrada, corre um rio com uma corrente turbulenta, alimentada pelo degelo das montanhas. Outrora, na sua margem existia uma fonte de águas sulfurosas aproveitadas para fins medicinais. As pequenas instalações de apoio estão agora em ruínas. Desci até lá, para observar aquele local desolado, de onde se vê a estrada lá bem em cima e as enormes montanhas.





E em breve aparecia Riano, com as suas paisagens espectaculares, para onde quer que se olhe. Para não variar, fomos recebidos por uma trovoada, elemento muito comum por aquelas paragens.





Riano
Riano
A actual Riano foi construída aquando da submersão da aldeia antiga pela barragem que agora se vê. A igreja foi trasladada pedra a pedra e reconstruída onde agora se encontra e a antiga aldeia está mesmo debaixo do grande viaduto que une as duas margens.

Riano
Há aqui um parque de campismo que fica num plano mais elevado do que a cidade e que por isso tem uma vista soberba sobre a mesma, com as montanhas que a envolvem e as águas da barragem. Pode-se ficar sentado com esta magnífica paisagem à nossa frente, que é tão bonita de dia como de noite. O único óbice é a temperatura que habitualmente aqui se sente, gelada, mesmo no Verão. Circundámos as águas da barragem, rumo a Cangas de Onis, pela N 625, que atravessa o magnífico desfiladeiro de Los Beyos. Ainda perto de Riano, uma paisagem bucólica, que não deixei escapar.

Antes de entrarmos no desfiladeiro, a estrada contorna montanhas, prados, rios, passa por túneis e finalmente entramos no desfiladeiro escavado há milhões de anos pelo rio Sella.


Já percorremos inúmeras vezes esta estrada, de automóvel e de autocaravana, mas é sempre um regalo aqui voltar. Sentimo-nos muito pequenos em face destes colossos rochosos que se erguem centenas de metros acima de nós, não deixando ver o céu nos pontos mais estreitos.








 Esta é uma estrada para se passear, muito devagar, sem pressas, parando nos (poucos) lugares onde é possível fazê-lo, embora de vez em quando ainda se encontrem algumas viaturas que se cruzam connosco como se viessem de alguma autoestrada.





  Ainda antes de Cangas de Onis houve tempo para uma paragem numa ponte antiga, que dá acesso a um pequeno povoado de montanha.
   Cangas estava cheia de gente, como é habitual em alturas festivas. Tanta gente e tantos carros, que demos uma volta pela cidade e seguimos viagem, pela inevitável AS 114, por Arenas, Panes, o quotidiano desfiladeiro de la Hermida, Potes e Brez, que nos aguardava com o seu maravilhoso enquadramento.
Brez, ao final da tarde.

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