A estrada a caminho do Puerto de San Glório |
Mais umas curvas e umas subidas e chegávamos ao Puerto de S. Glório.
Como o nome indica, a partir daqui começa a descida. Pouco depois, a aldeia de Llanaves de la Reina, pequeno aglomerado, símbolo do maior isolamento. Não se via vivalma. Junto à igreja, um placard mostrava-nos a história da aldeia e de como até há poucas décadas ficava isolada pelos nevões entre 3 a 4 meses por ano, sem qualquer acesso ao exterior, antes da abertura da actual estrada, conquistada pela dinamite aos rochedos impressionantes que compõem as gargantas e desfiladeiros por onde agora passamos.
Ao lado da estrada, corre um rio com uma corrente turbulenta, alimentada pelo degelo das montanhas. Outrora, na sua margem existia uma fonte de águas sulfurosas aproveitadas para fins medicinais. As pequenas instalações de apoio estão agora em ruínas. Desci até lá, para observar aquele local desolado, de onde se vê a estrada lá bem em cima e as enormes montanhas.
E em breve aparecia Riano, com as suas paisagens espectaculares, para onde quer que se olhe. Para não variar, fomos recebidos por uma trovoada, elemento muito comum por aquelas paragens.
Riano |
Riano |
Riano |
Antes de entrarmos no desfiladeiro, a estrada contorna montanhas, prados, rios, passa por túneis e finalmente entramos no desfiladeiro escavado há milhões de anos pelo rio Sella.
Já percorremos inúmeras vezes esta estrada, de automóvel e de autocaravana, mas é sempre um regalo aqui voltar. Sentimo-nos muito pequenos em face destes colossos rochosos que se erguem centenas de metros acima de nós, não deixando ver o céu nos pontos mais estreitos.
Esta é uma estrada para se passear, muito devagar, sem pressas, parando nos (poucos) lugares onde é possível fazê-lo, embora de vez em quando ainda se encontrem algumas viaturas que se cruzam connosco como se viessem de alguma autoestrada.
Ainda antes de Cangas de Onis houve tempo para uma paragem numa ponte antiga, que dá acesso a um pequeno povoado de montanha.
Cangas estava cheia de gente, como é habitual em alturas festivas. Tanta gente e tantos carros, que demos uma volta pela cidade e seguimos viagem, pela inevitável AS 114, por Arenas, Panes, o quotidiano desfiladeiro de la Hermida, Potes e Brez, que nos aguardava com o seu maravilhoso enquadramento.
Brez, ao final da tarde. |
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