Como eu gosto muito de sentir os pés bem assentes na terra, ficámos a ver as cabinas a balouçar sobre as nossas cabeças...
Em seguida, dirigimo-nos a Potes, mas antes de ali chegar, virámos num desvio à direita, para visitar o mosteiro de Stº Toríbio de Liebana. Como era semana santa, estava ali a decorrer uma cerimónia religiosa e não se podia visitar a igreja. Assim, voltámos para trás e estacionámos em Potes.
Potes |
A temperatura estava óptima para se passear. Depois de um périplo pelas mais típicas ruas, repletas de tradicionais lojas de recordações e genuínos produtos locais, para fazer tempo para o almoço, dirigimo-nos a um restaurante já nosso conhecido para a obrigatória "fabada".
Fabada em Potes |
Depois de saciado o apetite, houve ainda tempo para explorar uma já bem conhecida lojinha típica, cheia de variados produtos em madeira e metal, produzidos artesanalmente, para recordações.
Potes estava agora já cheia de gente, principalmente à porta dos inúmeros restaurantes. Para nós, eram horas de seguir viagem. Voltámos ao caminho para "casa", com paragem na típica aldeia de Camaleno.
Camaleno |
É muito comum por estas bandas, encontrar-se antigos espigueiros, enormes, restaurados e aproveitados para pequenas habitações, normalmente com fins turísticos.
Tínhamos ainda uma boa parte da tarde disponível. Regressámos a Brez, com o intuito de ir explorar um trilho que aqui começa e que sobe até um altíssimo miradouro na montanha que abriga Brez, o Canal de las Arredondas.
Uma vez que o empreendimento se afigurava trabalhoso, dada a extensão e sobretudo a dificuldade por ser sempre a subir, parti sòzinho. O trilho seguia atravessando prados verdejantes, em que pastavam surpreendidas ovelhas e cabras e também muitas vacas. De quando em vez, um cão, a princípio, arrogante, vinha assumir-se como autoridade local, para pouco depois aproximar-se a abanar o rabo e travar conhecimento com o inusitado visitante.
Ao fim de alguns quilómetros, o declive começou a acentuar-se. O isolamento era absoluto, pois agora nem animais se viam, exceptuando algumas aves de rapina que vigiavam lá no alto. De vez em quando ouvia-se rumorejar água e aparecia um regato com água fresca. Entretanto, o céu começou a escurecer subitamente e ouviram-se ao longe os primeiros trovões, num comportamento típico de montanha. Pouco depois, começou a chover e a trovoada intensificou-se.
Como havia sol quando partira, levava apenas um impermeável ligeiro, por precaução e uma pequena mochila, mas ia de calções e T-shirt. Era arriscado continuar naquelas condições, especialmente por estar sòzinho e sem conhecer o terreno.
Num prado mais à frente pastavam tranquilamente, cavalos semi-selvagens, que ficaram surpreendidos por verem ali alguém. Resolvi voltar para trás. Fiz o caminho de regresso, agora quase sempre a descer, e a chuva parou. Já perto do apartamento, o sol fez de novo a sua aparição e ainda pudemos ficar a apreciar as belas paisagens, no terraço, gozando a tepidez do final da tarde.
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