segunda-feira, 2 de junho de 2014

SS. PICOS DA EUROPA - 4 - POTES

     O dia seguinte estava destinado a um programa mais calmo, reservado às imediações de Brez. Logo à saída. limitámo-nos a virar à direita e seguir até ao fim da estrada, em Fuente Dé, onde existe um teleférico que trepa até um ponto que detém uma das mais espectaculares vistas sobre os Picos da Europa.



Como eu gosto muito de sentir os pés bem assentes na terra, ficámos a ver as cabinas a balouçar sobre as nossas cabeças...











Em seguida, dirigimo-nos a Potes, mas antes de ali chegar, virámos num desvio à direita, para visitar o mosteiro de Stº Toríbio de Liebana. Como era semana santa, estava ali a decorrer uma cerimónia religiosa e não se podia visitar a igreja. Assim, voltámos para trás e estacionámos em Potes.




Potes
Potes é para mim o verdadeiro símbolo e centro dos Picos da Europa. É uma pequena cidade maravilhosa, com casas e ruas lindas, que formam um aglomerado urbano perfeitamente equilibrado e arquitectonicamente perfeito. A partir das 10 horas é inútil procurar estacionamento no centro da cidade, por isso é imprescindível chegar cedo, o que fazemos sempre.



A temperatura estava óptima para se passear. Depois de um périplo pelas mais típicas ruas, repletas de tradicionais lojas de recordações e genuínos produtos locais, para fazer tempo para o almoço, dirigimo-nos a um restaurante já nosso conhecido para a obrigatória "fabada".





Fabada em Potes





Depois de saciado o apetite, houve ainda tempo para explorar uma já bem conhecida lojinha típica, cheia de variados produtos em madeira e metal, produzidos artesanalmente, para recordações.







Potes estava agora já cheia de gente, principalmente à porta dos inúmeros restaurantes. Para nós, eram horas de seguir viagem. Voltámos ao caminho para "casa", com paragem na típica aldeia de Camaleno.






Camaleno



É muito comum por estas bandas, encontrar-se antigos espigueiros, enormes, restaurados e aproveitados para pequenas habitações, normalmente com fins turísticos.

Tínhamos ainda uma boa parte da tarde disponível. Regressámos a Brez, com o intuito de ir explorar um trilho que aqui começa e que sobe até um altíssimo miradouro na montanha que abriga Brez, o Canal de las Arredondas.



Uma vez que o empreendimento se afigurava trabalhoso, dada a extensão e sobretudo a dificuldade por ser sempre a subir, parti sòzinho. O trilho seguia atravessando prados verdejantes, em que pastavam surpreendidas ovelhas e cabras e também muitas vacas. De quando em vez, um cão, a princípio, arrogante, vinha assumir-se como autoridade local, para pouco depois aproximar-se a abanar o rabo e travar conhecimento com o inusitado visitante.


Ao fim de alguns quilómetros, o declive começou a acentuar-se. O isolamento era absoluto, pois agora nem animais se viam, exceptuando algumas aves de rapina que vigiavam lá no alto. De vez em quando ouvia-se rumorejar água e aparecia um regato com água fresca. Entretanto, o céu começou a escurecer subitamente e ouviram-se ao longe os primeiros trovões, num comportamento típico de montanha. Pouco depois, começou a chover e a trovoada intensificou-se.




Como havia sol quando partira, levava apenas um impermeável ligeiro, por precaução e uma pequena mochila, mas ia de calções e T-shirt. Era arriscado continuar naquelas condições, especialmente por estar sòzinho e sem conhecer o terreno.








Num prado mais à frente pastavam tranquilamente, cavalos semi-selvagens, que ficaram surpreendidos por verem ali alguém. Resolvi voltar para trás. Fiz o caminho de regresso, agora quase sempre a descer, e a chuva parou. Já perto do apartamento, o sol fez de novo a sua aparição e ainda pudemos ficar a apreciar as belas paisagens, no terraço, gozando a tepidez do final da tarde.




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