Terça feira 26. Mais um dia de chuva, para variar. Feito o pagamento e as despedidas ao simpático dono do parque, partimos sem regressar a Salamanca, pela estrada secundária DSA-650, por Encinas de Abajo e entrada então na A-50, até à saída 4, já junto de Ávila, o primeiro objectivo do dia. Chegámos pelas 11 horas, sempre debaixo de chuva miúda. A cidade fica na sua maioria dentro das majestosas muralhas e o mais fácil é estacionar nas avenidas exteriores que a circundam. Foi o que fizemos. Havia um parquímetro muito disfarçado, que me emitiu um bilhete para 4 horas por 0,45€. Até pensei que estava a ver mal... Dois dos torreões estavam a ser intervencionados, para manutenção do estado impecável das muralhas, património mundial da humanidade.
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Muralhas de Ávila. No fim da fila, a autocaravana a descansar... |
Entrámos por uma das portas na muralha e vimo-nos imediatamente num labirinto de ruas estreitas, com sabor medieval, num ambiente muito menos cosmopolita do que em Salamanca. Desembocámos na plaza mayor, também sem comparação com a salamantina.
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Plaza Mayor de Ávila |
Percorremos mais umas ruas e procurámos de seguida a catedral. Por fora, não tem grande aspecto, sem torres monumentais ou ornamentos arquitectónicos. Pagámos 3€ de bilhete e logo à entrada vimos que o interior era uma agradável surpresa.
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Catedral de Ávila |
É de facto muito bonita, com um rico conjunto de vitrais e um claustro com variadíssimas capelas e salas com valiosos recheios. Vale bem a pena a visita. Saímos e fomos até um ponto onde existia uma bilheteira para quem quisesse subir à muralha. Já lá estava uma francesa a protestar ininteligivelmente, mas adivinhava-se a verborreia. Espreitei e concordei com ela: 5€ para subir à muralha! Estes espanhóis fazem dinheiro até com cascas de alho! Afastei-me rapidamente, não fossem cobrar-me só por olhar para as muralhas e fomos almoçar. Na plaza mayor, um restaurante despretensioso, cobrou-nos 9€ pelo prato do dia. Sofrível. Demos mais uma volta pelas ruelas e regressámos à autocaravana, contemplando a robustez das torres (88) e das muralhas (2500 m de perímetro) muito bem preservadas.
Já andavam a libertar o estacionamento para a procissão dessa noite. Voltámos pelo mesmo caminho e parámos num miradouro antes de entrar na A-51, chamado Quatro Postes, local onde Stª Teresa foi apanhada pelo tio quando fugia de casa. É o melhor local para contemplar Ávila, de longe.
Saímos da A-51 e entrámos na N 110, pois aquela transforma-se em AP 51 e é paga. Em Villacastin passámos para a N VI que atravessa a Serra de Guadarrama. O trânsito nesta estrada era intenso. O estado do tempo agravou-se, com a chuva a intensificar-se e na subida para Puerto de Guadarrama, a 1500 m, o nevoeiro deu ainda uma ajuda. Via-se muita neve e o frio era bastante intenso. Dentro de Guadarrama, virámos para a M 600 e pouco depois apareceu a entrada para o Valle de los Caídos. Mais 5€ para entrar. Há que percorrer 6 Km depois do portão de entrada até chegar ao monumento. Estavam apenas estacionados 2 autocarros e alguns ligeiros. O funicular que leva até à gigantesca cruz, estava fora de serviço, para manutenção.
Sempre debaixo de chuva, percorremos as centenas de metros que levam até à entrada na basílica onde estão sepultados Primo de Rivera e Francisco Franco. O altar é escavado na rocha e fica precisamente por baixo da base da cruz que está em cima do monte rochoso. É impressionante a magnificência de todo o conjunto.
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Basílica de Valle dos Caídos |
Saímos e agora a chuva desabava com intensidade. Sem guarda chuva, apanhámos uma valente molha até à autocaravana, onde houve que trocar de roupa enquanto o dilúvio caía. Mais 6 Km até ao portão de saída, de novo M-600 por El Escorial, M 512 até Robledo de Chavela. Nesta pequena localidade, vimos um sinal a proibir veículos com mais de 4m de altura. Tudo bem, portanto. A rua começou a estreitar e subitamente apareceu a entrada para um túnel com um sinal a limitar a altura a 1,90m!! A largura era a da autocaravana e olhando para o espelho, a rectaguarda já estava bloqueada por uma série de veículos. Parei, pois a altura não era suficiente para passar. Um espanhol começou a fazer sinais. Saí, disse-lhe que não tinha altura para passar e ele disse que o 1,90m era só para um desvio que havia dentro do túnel, que dava acesso a um parque de estacionamento, ou seja, o túnel tinha altura. Lá entrei, confirmei, e passei! Enfim, por ali também há armadilhas! M 537, com muitas subidas e curvas e pouco depois estávamos no nosso destino, Valdemaqueda e o camping "El Canto de La Gallina". Parque grande, com bons serviços, mas caro: 20€ por noite e a internet paga à parte (5€ por dia). Acomodámo-nos e assim passou o resto do dia.
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