quinta-feira, 4 de abril de 2013

SEMANA SANTA EM CASTELA - 2

    A segunda-feira, 25, amanheceu cinzenta e chuvosa. Mais um dia de Inverno. Tinha previsto levar a autocaravana até à cidade e deixá-la num parque de estacionamento junto ao rio Tormes, perto do Lidl, mas no parque de campismo informaram-nos que era mais prático ir em autocarro. De facto, o sistema de transportes públicos urbanos é bastante eficaz. Junto ao parque passa a linha de caminho de ferro que liga Salamanca a Ávila, com comboios frequentes a passar. Quanto aos autocarros, há uma paragem quase em frente, e há autocarros num e noutro sentido, de 30 em 30 minutos, por 1,35€, que nos leva mesmo ao centro da cidade, na Gran Via. Melhor é impossível. Assim evitamos stress para procurar estacionamento, preocupações com a segurança e despesas. Saímos na Gran Via e um quarteirão ao lado fica o nosso primeiro objectivo: a Plaza Mayor.


Considerada a mais bela de Espanha, é um dos ex-libris da cidade. Mesmo com mau tempo, há sempre muita gente por ali, quer debaixo dos arcos e nas lojas, quer em plena praça. A chuva que caía era miúda, embora gelada e suportava-se bem apenas com um chapéu impermeável na cabeça e um blusão. Percorremos a rua que nos leva por grandiosos edifícios construídos com a característica pedra dourada que dá a tonalidade incomparável à cidade, edifícios quase todos pertencentes à universidade, entre faculdade e residências universitárias. Em frente à universidade pontifícia, fica a Casa das Conchas, onde funciona a biblioteca pública. Até estranhamos não ter que pagar a entrada!

Há excursões com guias por todo o lado. Magotes de japoneses entram e saem de todos os monumentos, percorrem as ruas em grupo, de máquinas fotográficas em riste disparando freneticamente. Continuamos subindo a rua e logo de seguida, aparece o largo onde se situam as catedrais. Sim, são duas! A velha e a nova, juntas, com as suas torres ligeiramente inclinadas, devido ao terramoto de 1755. Entramos, na nova gratuitamente.



Portal catedral de Salamanca

As catedrais são de visita obrigatória. Monumentos de uma grandiosidade e de enorme beleza arquitectónica e artística, no seu interior ultimavam-se os preparativos para as procissões da Semana Santa.

Cúpula da catedral nova

Um dos órgãos de tubos da catedral nova
Fizemos uma visita demorada à catedral nova e já não dava tempo para visitarmos a velha antes do intervalo do almoço.











Para não fazermos essa visita à pressa, optámos por sair para ver a ponte romana e almoçar calmamente. Mesmo ao lado da catedral fica a Casa Liz, museu de grande fama que, por ser segunda feira, estava encerrado. Debaixo de forte ventania e chuva miudinha, saímos a caminho da ponte, que fica logo abaixo.






Ponte romana
Vista e percorrida a ponte, retrocedemos, para procurar poiso para almoço. Antes de entrarmos na catedral, já vários angariadores nos tinham colocado panfletos nas mãos, a publicitar diversos restaurantes. Não falta oferta, efectivamente. Os placards a anunciar pratos de toda a espécie, sucedem-se. Acabamos por entrar num, para confortar o estômago com uma paella e um bisteque de ternera, pão, vinho e sobremesa por 10€. Mas quando pedimos café, trouxeram-nos uma chávena com uma beberragem escura pela qual pagámos 1,50€... Tenho que começar a viajar com Delta descartável!
Entretanto já podíamos regressar à catedral, agora a velha. Para esta houve que pagar 4,75€... Mas valeu a pena!
Altar da catedral velha


Todo o interior é imponente e o museu que fica no claustro é de uma enorme riqueza.










Catedral velha
Com os olhos cheios de tanta beleza, saímos para o exterior. Encaminhámo-nos para o convento de San Esteban, outro monumento a não perder.

Pórtico do convento de San Esteban
Mais 3€ cada bilhete de entrada. E mais um portento de beleza. Grupos de estudantes já espigadotes circulavam pelo seu interior, capitaneados por professores que de vez em quando os interpelavam sobre pormenores arquitectónicos ou históricos, mas os jovens só tinham olhos para os I-phones e smartphones...

Coro da igreja do convento de San Esteban
Claustro do convento



Já cansados, saímos a caminho da torre de Clerecia, que fica mesmo ao lado da universidade pontifícia e em frente à Casa das Conchas. E foram mais 3€ para subir à torre...








Subida para a torre Clerecia
A subida é íngreme e depois de tantas horas a caminhar em ritmo lento e a fazer visitas, as pernas já acusavam o esforço que lhes era pedido. Mas lá cumpriram a sua missão. O vento uivava pelas escadas, circulando pelas enormes janelas e portas abertas. Lá de cima, junto aos sinos, o panorama é retemperador.









Vê-se toda a cidade para todos os quadrantes. Mas o frio é intenso e a chuva batida com o vento entra até meio da torre, apressando-me a descida. Com o cansaço a apertar e os principais cartões de visita da cidade já vistos, decidimos regressar à Gran Via para apanhar um dos autocarros da carreira 27 que nos havia de conduzir de regresso a Cabrerizos. Debaixo de chuva, regressámos, agora sentados e quentes. Pouco depois, estávamos a sair, sem termos enfrentado o trânsito, sem preocupações de estacionamento ou quaisquer outras. Uma óptima solução! Ainda fomos até à margem do Tormes tirar umas fotos antes de entrar no parque para descansar e aquecer.


E regressámos à autocaravana, quando já escurecia e o dia invernoso se acentuava ainda mais.

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