Toda a noite choveu. A manhã de sexta feira santa acordou lacrimosa, invernosa, molhada, enevoada e fria. Para retirar o fio eléctrico do "pimenteiro", foi preciso encher as botas de lama. Saímos do parque, contornámos as rotundas e entrámos na N 110, rumo a Ávila. Contornámos esta cidade pela A-51, retomamdo depois a N-110 até El Barco de Ávila. Aqui, tomámos a AV 100, por Béjar e depois a SA 220, estrada de montanha que atravessa a Sierra de la Pena de Francia. Chovia desalmadamente. Parámos apenas para almoçar, junto de um rio e prosseguimos, por El Cabaco, Ciudad Rodrigo e Vilar Formoso. Aqui começou a levantar-se forte ventania, única componente que faltava para um Inverno perfeito... Perto de Pinhel o vendaval parecia querer virar a autocaravana. Por fim chegámos ao nosso poiso habitual, Mêda, para passar o resto da tarde e pernoitar.
O dia seguinte, foi de regresso a casa, já sem chuva, com almoço em Gouveia e depois Coimbra, Leiria, Batalha, Peniche.
Foi uma semana muito bem passada, muito intensa, em que tudo correu muito bem, sempre de acordo com o itinerário e programa elaborados previamente. A chuva foi omnipresente em todos os dias. Visitámos imensos monumentos e chegámos sentindo-nos mais ricos, cultural e espiritualmente. Agora, cumpro estes objectivos com inteira satisfação...
domingo, 14 de abril de 2013
quinta-feira, 11 de abril de 2013
SEMANA SANTA EM CASTELA - 5
Quinta feira,28. Durante a noite, uns engraçadinhos tinham vindo bater à porta da autocaravana, certamente por verem a matrícula portuguesa. Talvez pensassem que estava ali o Cristiano Ronaldo... Quando abri a porta, de manhã, vi o banquinho de plástico que nos serve de apoio para subir e descer, queimado e partido. Pagámos o parque, agradecemos a hospitalidade deixando o banquinho na recepção e partimos, debaixo de céu cinzento mas sem chuva. Parámos num supermercado em Navacerrada para comprar alguns abastecimentos, incluindo um daqueles cassetetes a que chamam pão e prosseguimos pela M 614 e M 601. A partir de Navacerrada, o trânsito intensificou-se muito, a ponto de se tornar numa fila compacta, trepando a serra. Parámos quase no topo, numa zona cheia de neve, para descongestionar um pouco.
Já temia que toda aquela gente tivesse como destino as cerimónias de quinta feira santa em Segóvia. Continuámos em pára-arranca até um pouco mais adiante, dentro da localidade de montanha a 1860 m, Puerto de Navacerrada e vimos então que toda aquela gente se dirigia ali, para os desportos de neve e de montanha. Começámos a descer e o trânsito normalizou-se. Pouco depois chegávamos a S. Ildefonso o La Granja, localidade onde existe um grande palácio real, mas não parámos, pois o nosso plano para esse dia era visitar Segóvia, a 10 Km dali. Esse plano, previa contornar a cidade pela N 110 e depois pela CL 605, entrando por poente, pois a polícia já tinha fechado as principais entradas e condicionava fortemente o acesso devido às cerimónias de quinta feira santa. Assim fizemos e sem qualquer dificuldade, acedemos a um parque de estacionamento já escolhido previamente, próximo da catedral. Quando olhei para o piso fiquei aterrado. Será que a viatura não iria desaparecer dentro de uma daquelas "lagoas" distribuídas por todo o "parque"?
Mas apesar do terrível piso, o parque estava completamente cheio. Vislumbrei um cantinho vazio, lá bem ao fundo, fiz um cálculo e a passo de caracol, tentando não mergulhar até ao chassis em nenhuma das crateras, lá me fui aproximando e consegui encaixar o veículo, mesmo tendo que sair para fora de galochas até aos joelhos. Que lindo "cartão de visita" que esta cidade monumental oferece a quem a procura nestes dias festivos! Depois de assistir à manobra de um velhote que chegou num calhambeque e que com a maior calma e descontracção deu uma valente pancada no guarda lama de um carro vizinho e saiu como se nada fosse, seguimos para a cidade, em busca da catedral e da Plaza Mayor, contígua.
Havia fila para entrar na catedral. A 3€ cada pessoa, é uma mina! Não admira que a receita de turismo seja importantíssima para o PIB espanhol. A disputar anualmente o 1º lugar com a França no que diz respeito a destinos turísticos e com o que cobram por tudo, não é difícil chegar a essa conclusão. Entramos. Aqui não há restrições a fotografias, apesar de existir o habitual sinal de proibição à entrada. Toda a gente apontava e disparava câmaras e eu fiz o mesmo. A catedral é também grandiosa e linda.
Vitrais lindíssimos
Mais de 20 capelas laterais, cada uma dedicada a um santo. Uma delas era dedicada a Stº António, de Pádua, claro! Para ter um altar em Castela, seria Stº António de Pádua, Milão, Manila ou Kuala Lumpur, mas dificilmente teria aqui um altar alguém de Lisboa...
Os claustros encerram salas com um riquíssimo acervo monumental e artístico, composto por obras de pintura, arte sacra, estatuária, musical, etc.
Saímos e a fila para entrar era agora muito maior, prolongando-se pela plaza mayor. Grande facturação, hoje! Dirigimo-nos ao posto de turismo, onde fomos atendidos com grande simpatia. Eram horas de almoço, para nós, pois o meu estômago não conhece relógios espanhóis. Demos ainda uma volta pelas imediações da catedral, onde existe uma judiaria bem preservada e depois já no caminho para o aqueduto, entrámos num restaurante para almoçar e descansar. A vantagem de sermos portugueses é que somos sempre os primeiros a chegar aos restaurantes, algumas vezes ainda encerrados para refeições. Prepararam-nos a mesa e serviram-nos rapidamente o prato do dia por 10€. A tarde prometia algum sol, ainda que tímido. Descemos uma rua e lá estava o majestoso aqueduto à nossa frente!
Aqui ainda ninguém inventou uma forma de se pagar para o olhar... Toda a zona em volta regurgitava de gente. O acesso de viaturas já estava interdito pela polícia, tendo que dar a volta numa rotunda em frente. Havia imensos japoneses e principalmente sul americanos de etnia índia. Ficámos por ali algum tempo, observando o grande monumento de todos os ângulos, notando o pormenor de os blocos de pedra assentarem uns nos outros sem mais qualquer outro material. Grandiosas obras de arquitectura e engenharia, realizadas há 2 mil anos pelos romanos!
Depois bem observado o aqueduto, inclusive perto do seu topo, embrenhámo-nos de novo no labirinto de ruas antigas da cidade. Encontrámos a Casa dos Bicos, onde decorria uma exposição de fotografia e subindo a rua deparámos de novo com a plaza mayor, agora cheia de gente.
Descemos pela judiaria e dirigimo-nos para a autocaravana com alguma dificuldade em contornar as "piscinas" do piso do estacionamento. Dirigimo-nos para norte, ladeando o rio Eresma e sempre junto a ele, pouco depois avistávamos o perfil altivo e inconfundível do Alcázar de Segóvia. Conseguimos estacionar onde tinha previsto num local que parecia já perto do palácio-fortaleza.
O rio leva um caudal bastante razoável, engrossado pelas chuvas dos últimos dias e fomos avançando por um caminho que o acompanha por entre vegetação, até a uma grande escadaria que começa na base do enorme penhasco onde foi edificado o Alcázar. Olhando para cima bem se adivinhava o que tínhamos que trepar!
A escada era infindável. De tempos a tempos parávamos para recuperar o fôlego e para espraiar a vista pela linda paisagem que nos era proporcionada. Até que chegámos ao topo e ao jardim que dá entrada para o Alcázar. Este estava cheio de gente, de todas as etnias e raças. Mais 4,50€ para entrar e outros 2 para subir à torre. A subida para a torre, por uma escada em caracol tão estreita que só com grande dificuldade se cruzavam duas pessoas magras, estava tão congestionada que a certo ponto e depois de alguma aflição de pessoas com claustrofobia, a segurança teve que intervir, não deixando subir mais ninguém enquanto houvesse gente lá em cima. Mas a extenuante subida é recompensada por uma vista espectacular, quer da cidade, quer das suas imediações e serras longínquas.
A visita é algo demorada, mas vale bem o preço da entrada. Trata-se de um palácio muito rico, com um recheio composto por salas de recepção, de lazer, de exposição museológica muito vasta, com obras de arte, armaria, tendo várias salas paredes e tectos riquíssimos.
Já cansados, saímos finalmente, mas muito satisfeitos. Descemos a longa escada, agora mais fácil, apesar do cansaço acumulado e lá em baixo arranjámos ainda coragem para espreitar a vizinha igreja de Vera Cruz, muito velhinha e para a qual houve que desembolsar mais 2€. Procurámos depois a autocaravana para descansar. Fizemos então o percurso em sentido inverso, contornando a cidade por fora e chegados à rotunda do lado sul, onde nos leva a N 110, seguimos para o centro da cidade. A 3 Km antes desse centro e duas rotundas depois, temos o camping El Acueduto à direita, à nossa espera. A maioria dos alvéolos estavam impraticáveis pelo excesso de água e lama. Acomodámo-nos o melhor que pudemos, depois de pagar 26€ pela noite de estadia... Começa a ser quase tão caro pernoitar num parque de campismo em Espanha como dormir num hostal. O parque é razoável, sendo um bom ponto de apoio para passear na cidade, pois tem uma paragem de autocarro em frente, mas é caro. A chuva entretanto, recomeçara a cair com força, fazendo-nos companhia pela noite dentro.
Puerto de Navacerrada |
Já temia que toda aquela gente tivesse como destino as cerimónias de quinta feira santa em Segóvia. Continuámos em pára-arranca até um pouco mais adiante, dentro da localidade de montanha a 1860 m, Puerto de Navacerrada e vimos então que toda aquela gente se dirigia ali, para os desportos de neve e de montanha. Começámos a descer e o trânsito normalizou-se. Pouco depois chegávamos a S. Ildefonso o La Granja, localidade onde existe um grande palácio real, mas não parámos, pois o nosso plano para esse dia era visitar Segóvia, a 10 Km dali. Esse plano, previa contornar a cidade pela N 110 e depois pela CL 605, entrando por poente, pois a polícia já tinha fechado as principais entradas e condicionava fortemente o acesso devido às cerimónias de quinta feira santa. Assim fizemos e sem qualquer dificuldade, acedemos a um parque de estacionamento já escolhido previamente, próximo da catedral. Quando olhei para o piso fiquei aterrado. Será que a viatura não iria desaparecer dentro de uma daquelas "lagoas" distribuídas por todo o "parque"?
Mas apesar do terrível piso, o parque estava completamente cheio. Vislumbrei um cantinho vazio, lá bem ao fundo, fiz um cálculo e a passo de caracol, tentando não mergulhar até ao chassis em nenhuma das crateras, lá me fui aproximando e consegui encaixar o veículo, mesmo tendo que sair para fora de galochas até aos joelhos. Que lindo "cartão de visita" que esta cidade monumental oferece a quem a procura nestes dias festivos! Depois de assistir à manobra de um velhote que chegou num calhambeque e que com a maior calma e descontracção deu uma valente pancada no guarda lama de um carro vizinho e saiu como se nada fosse, seguimos para a cidade, em busca da catedral e da Plaza Mayor, contígua.
Plaza Mayor e catedral de Segóvia |
Vitrais lindíssimos
Capela do "nosso" Stº António, aqui dito de Pádua... |
Riquíssima sala do capítulo |
Mais de 20 capelas laterais, cada uma dedicada a um santo. Uma delas era dedicada a Stº António, de Pádua, claro! Para ter um altar em Castela, seria Stº António de Pádua, Milão, Manila ou Kuala Lumpur, mas dificilmente teria aqui um altar alguém de Lisboa...
Os claustros encerram salas com um riquíssimo acervo monumental e artístico, composto por obras de pintura, arte sacra, estatuária, musical, etc.
Saímos e a fila para entrar era agora muito maior, prolongando-se pela plaza mayor. Grande facturação, hoje! Dirigimo-nos ao posto de turismo, onde fomos atendidos com grande simpatia. Eram horas de almoço, para nós, pois o meu estômago não conhece relógios espanhóis. Demos ainda uma volta pelas imediações da catedral, onde existe uma judiaria bem preservada e depois já no caminho para o aqueduto, entrámos num restaurante para almoçar e descansar. A vantagem de sermos portugueses é que somos sempre os primeiros a chegar aos restaurantes, algumas vezes ainda encerrados para refeições. Prepararam-nos a mesa e serviram-nos rapidamente o prato do dia por 10€. A tarde prometia algum sol, ainda que tímido. Descemos uma rua e lá estava o majestoso aqueduto à nossa frente!
Aqui ainda ninguém inventou uma forma de se pagar para o olhar... Toda a zona em volta regurgitava de gente. O acesso de viaturas já estava interdito pela polícia, tendo que dar a volta numa rotunda em frente. Havia imensos japoneses e principalmente sul americanos de etnia índia. Ficámos por ali algum tempo, observando o grande monumento de todos os ângulos, notando o pormenor de os blocos de pedra assentarem uns nos outros sem mais qualquer outro material. Grandiosas obras de arquitectura e engenharia, realizadas há 2 mil anos pelos romanos!
Serra de Guadarrama à janela do aqueduto de Segóvia |
Casa dos bicos |
Descemos pela judiaria e dirigimo-nos para a autocaravana com alguma dificuldade em contornar as "piscinas" do piso do estacionamento. Dirigimo-nos para norte, ladeando o rio Eresma e sempre junto a ele, pouco depois avistávamos o perfil altivo e inconfundível do Alcázar de Segóvia. Conseguimos estacionar onde tinha previsto num local que parecia já perto do palácio-fortaleza.
O rio leva um caudal bastante razoável, engrossado pelas chuvas dos últimos dias e fomos avançando por um caminho que o acompanha por entre vegetação, até a uma grande escadaria que começa na base do enorme penhasco onde foi edificado o Alcázar. Olhando para cima bem se adivinhava o que tínhamos que trepar!
O rio Eresma, com o Alcázar a espreitar |
Vista a partir das ameias da torre |
Sala do trono |
Já cansados, saímos finalmente, mas muito satisfeitos. Descemos a longa escada, agora mais fácil, apesar do cansaço acumulado e lá em baixo arranjámos ainda coragem para espreitar a vizinha igreja de Vera Cruz, muito velhinha e para a qual houve que desembolsar mais 2€. Procurámos depois a autocaravana para descansar. Fizemos então o percurso em sentido inverso, contornando a cidade por fora e chegados à rotunda do lado sul, onde nos leva a N 110, seguimos para o centro da cidade. A 3 Km antes desse centro e duas rotundas depois, temos o camping El Acueduto à direita, à nossa espera. A maioria dos alvéolos estavam impraticáveis pelo excesso de água e lama. Acomodámo-nos o melhor que pudemos, depois de pagar 26€ pela noite de estadia... Começa a ser quase tão caro pernoitar num parque de campismo em Espanha como dormir num hostal. O parque é razoável, sendo um bom ponto de apoio para passear na cidade, pois tem uma paragem de autocarro em frente, mas é caro. A chuva entretanto, recomeçara a cair com força, fazendo-nos companhia pela noite dentro.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
SEMANA SANTA EM CASTELA - 4
A noite, para variar, foi de chuva. Mas na manhã do dia seguinte, quarta feira 27, o céu estava parcialmente azul. Penso que o clima sabia que eu tinha planeado não sair nessa manhã. Mantivemo-nos pelo parque, almoçámos e quando cruzámos o portão do parque para sair, rumo a El Escorial, o céu escureceu e pouco depois a chuva caía impiedosamente! Quando entrámos em S. Lorenzo de El Escorial, a cerca de 20 Km do parque, a chuva era torrencial. Providencialmente, o parque de estacionamento junto ao palácio estava quase vazio. A razão, descobri-a quando me acerquei do distribuidor automático de bilhetes e verifiquei os preços. 2,50€ cada hora. Coloquei 4€ na máquina e, debaixo de um dilúvio que o guarda chuva só evitava parcialmente, corremos para a entrada do palácio. Ali já havia imensa gente de todas as nacionalidades. Às quartas feiras à tarde a entrada é gratuita para os cidadãos da União Europeia. Não paguei eu, pagou a autocaravana... Máquina fotográfica, chaves, carteiras, tudo tem que passar por um scanner. Eu entrei e logo começou a tocar um alarme. Segurança de nariz no ar, era o guarda chuva que levava na mão e que teve que retroceder. Imensos corredores a percorrer até uma ampla sala bem sinalizada onde era obrigatório deixar os objectos volumosos, como mochilas, casacos ou... guarda chuvas! Mais uns largos minutos até aprender como tudo aquilo funcionava e entretanto tinha-se passado meia hora.
Finalmente, começou a visita, pelas caves onde existem exposições várias sobre a construção do edifício, materiais e ferramentas utilizadas e pintura, dezenas de quadros. O palácio é um colosso e a parte disponível para visita é uma pequena amostra. Ainda assim, o cálculo que fiz quando deixei o bilhete de estacionamento, foi mal feito. O acervo é riquíssimo e para ser visto sem pressas. São salas e salas, subindo e descendo escadarias e o tempo passa sem darmos por ele. O panteão é de uma sumptuosidade arrebatadora. Ali estão os mausoléus de dezenas de reis de Espanha, envoltos num ambiente que requeria mais discrição e mais tempo para absorver toda a mística que se desprende da última morada dos homens mais poderosos do mundo do seu tempo. As salas com monumentos fúnebres, desta vez de infantes e alta nobreza, sucediam-se. Mas o tempo passava rapidamente e a última parte da visita já foi feita de forma bastante apressada.
Os seguranças eram muitos e bastante vigilantes, não nos deixando tirar fotografias. Um pouco já a correr, acabámos a visita, fomos recolher o chapéu de chuva e dirigimo-nos apressadamente para o estacionamento onde, apesar da chuva que caía copiosamente, já andava um polícia a verificar os talões do estacionamento. Lá fui tirar mais um bilhetinho por 1€, para uns minutos apenas, só para poder tirar umas fotografias cá fora.
Agora já havia uma fila enorme para entrar, que saía bem pela rua fora, para aproveitar a tarde gratuita.
Tiradas as fotos regressámos à autocaravana para, sempre debaixo de chuvaria, nos pormos ao caminho de regresso ao parque. Estava terminada a quarta feira e mais uma visita ao património monumental da região.
Finalmente, começou a visita, pelas caves onde existem exposições várias sobre a construção do edifício, materiais e ferramentas utilizadas e pintura, dezenas de quadros. O palácio é um colosso e a parte disponível para visita é uma pequena amostra. Ainda assim, o cálculo que fiz quando deixei o bilhete de estacionamento, foi mal feito. O acervo é riquíssimo e para ser visto sem pressas. São salas e salas, subindo e descendo escadarias e o tempo passa sem darmos por ele. O panteão é de uma sumptuosidade arrebatadora. Ali estão os mausoléus de dezenas de reis de Espanha, envoltos num ambiente que requeria mais discrição e mais tempo para absorver toda a mística que se desprende da última morada dos homens mais poderosos do mundo do seu tempo. As salas com monumentos fúnebres, desta vez de infantes e alta nobreza, sucediam-se. Mas o tempo passava rapidamente e a última parte da visita já foi feita de forma bastante apressada.
Tecto de uma das salas do palácio de El Escorial |
Palácio de El Escorial |
Tiradas as fotos regressámos à autocaravana para, sempre debaixo de chuvaria, nos pormos ao caminho de regresso ao parque. Estava terminada a quarta feira e mais uma visita ao património monumental da região.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
SEMANA SANTA EM CASTELA - 3
Terça feira 26. Mais um dia de chuva, para variar. Feito o pagamento e as despedidas ao simpático dono do parque, partimos sem regressar a Salamanca, pela estrada secundária DSA-650, por Encinas de Abajo e entrada então na A-50, até à saída 4, já junto de Ávila, o primeiro objectivo do dia. Chegámos pelas 11 horas, sempre debaixo de chuva miúda. A cidade fica na sua maioria dentro das majestosas muralhas e o mais fácil é estacionar nas avenidas exteriores que a circundam. Foi o que fizemos. Havia um parquímetro muito disfarçado, que me emitiu um bilhete para 4 horas por 0,45€. Até pensei que estava a ver mal... Dois dos torreões estavam a ser intervencionados, para manutenção do estado impecável das muralhas, património mundial da humanidade.
Entrámos por uma das portas na muralha e vimo-nos imediatamente num labirinto de ruas estreitas, com sabor medieval, num ambiente muito menos cosmopolita do que em Salamanca. Desembocámos na plaza mayor, também sem comparação com a salamantina.
Percorremos mais umas ruas e procurámos de seguida a catedral. Por fora, não tem grande aspecto, sem torres monumentais ou ornamentos arquitectónicos. Pagámos 3€ de bilhete e logo à entrada vimos que o interior era uma agradável surpresa.
É de facto muito bonita, com um rico conjunto de vitrais e um claustro com variadíssimas capelas e salas com valiosos recheios. Vale bem a pena a visita. Saímos e fomos até um ponto onde existia uma bilheteira para quem quisesse subir à muralha. Já lá estava uma francesa a protestar ininteligivelmente, mas adivinhava-se a verborreia. Espreitei e concordei com ela: 5€ para subir à muralha! Estes espanhóis fazem dinheiro até com cascas de alho! Afastei-me rapidamente, não fossem cobrar-me só por olhar para as muralhas e fomos almoçar. Na plaza mayor, um restaurante despretensioso, cobrou-nos 9€ pelo prato do dia. Sofrível. Demos mais uma volta pelas ruelas e regressámos à autocaravana, contemplando a robustez das torres (88) e das muralhas (2500 m de perímetro) muito bem preservadas.
Já andavam a libertar o estacionamento para a procissão dessa noite. Voltámos pelo mesmo caminho e parámos num miradouro antes de entrar na A-51, chamado Quatro Postes, local onde Stª Teresa foi apanhada pelo tio quando fugia de casa. É o melhor local para contemplar Ávila, de longe.
Saímos da A-51 e entrámos na N 110, pois aquela transforma-se em AP 51 e é paga. Em Villacastin passámos para a N VI que atravessa a Serra de Guadarrama. O trânsito nesta estrada era intenso. O estado do tempo agravou-se, com a chuva a intensificar-se e na subida para Puerto de Guadarrama, a 1500 m, o nevoeiro deu ainda uma ajuda. Via-se muita neve e o frio era bastante intenso. Dentro de Guadarrama, virámos para a M 600 e pouco depois apareceu a entrada para o Valle de los Caídos. Mais 5€ para entrar. Há que percorrer 6 Km depois do portão de entrada até chegar ao monumento. Estavam apenas estacionados 2 autocarros e alguns ligeiros. O funicular que leva até à gigantesca cruz, estava fora de serviço, para manutenção.
Sempre debaixo de chuva, percorremos as centenas de metros que levam até à entrada na basílica onde estão sepultados Primo de Rivera e Francisco Franco. O altar é escavado na rocha e fica precisamente por baixo da base da cruz que está em cima do monte rochoso. É impressionante a magnificência de todo o conjunto.
Saímos e agora a chuva desabava com intensidade. Sem guarda chuva, apanhámos uma valente molha até à autocaravana, onde houve que trocar de roupa enquanto o dilúvio caía. Mais 6 Km até ao portão de saída, de novo M-600 por El Escorial, M 512 até Robledo de Chavela. Nesta pequena localidade, vimos um sinal a proibir veículos com mais de 4m de altura. Tudo bem, portanto. A rua começou a estreitar e subitamente apareceu a entrada para um túnel com um sinal a limitar a altura a 1,90m!! A largura era a da autocaravana e olhando para o espelho, a rectaguarda já estava bloqueada por uma série de veículos. Parei, pois a altura não era suficiente para passar. Um espanhol começou a fazer sinais. Saí, disse-lhe que não tinha altura para passar e ele disse que o 1,90m era só para um desvio que havia dentro do túnel, que dava acesso a um parque de estacionamento, ou seja, o túnel tinha altura. Lá entrei, confirmei, e passei! Enfim, por ali também há armadilhas! M 537, com muitas subidas e curvas e pouco depois estávamos no nosso destino, Valdemaqueda e o camping "El Canto de La Gallina". Parque grande, com bons serviços, mas caro: 20€ por noite e a internet paga à parte (5€ por dia). Acomodámo-nos e assim passou o resto do dia.
Muralhas de Ávila. No fim da fila, a autocaravana a descansar... |
Plaza Mayor de Ávila |
Catedral de Ávila |
Já andavam a libertar o estacionamento para a procissão dessa noite. Voltámos pelo mesmo caminho e parámos num miradouro antes de entrar na A-51, chamado Quatro Postes, local onde Stª Teresa foi apanhada pelo tio quando fugia de casa. É o melhor local para contemplar Ávila, de longe.
Saímos da A-51 e entrámos na N 110, pois aquela transforma-se em AP 51 e é paga. Em Villacastin passámos para a N VI que atravessa a Serra de Guadarrama. O trânsito nesta estrada era intenso. O estado do tempo agravou-se, com a chuva a intensificar-se e na subida para Puerto de Guadarrama, a 1500 m, o nevoeiro deu ainda uma ajuda. Via-se muita neve e o frio era bastante intenso. Dentro de Guadarrama, virámos para a M 600 e pouco depois apareceu a entrada para o Valle de los Caídos. Mais 5€ para entrar. Há que percorrer 6 Km depois do portão de entrada até chegar ao monumento. Estavam apenas estacionados 2 autocarros e alguns ligeiros. O funicular que leva até à gigantesca cruz, estava fora de serviço, para manutenção.
Sempre debaixo de chuva, percorremos as centenas de metros que levam até à entrada na basílica onde estão sepultados Primo de Rivera e Francisco Franco. O altar é escavado na rocha e fica precisamente por baixo da base da cruz que está em cima do monte rochoso. É impressionante a magnificência de todo o conjunto.
Basílica de Valle dos Caídos |
quinta-feira, 4 de abril de 2013
SEMANA SANTA EM CASTELA - 2
A segunda-feira, 25, amanheceu cinzenta e chuvosa. Mais um dia de Inverno. Tinha previsto levar a autocaravana até à cidade e deixá-la num parque de estacionamento junto ao rio Tormes, perto do Lidl, mas no parque de campismo informaram-nos que era mais prático ir em autocarro. De facto, o sistema de transportes públicos urbanos é bastante eficaz. Junto ao parque passa a linha de caminho de ferro que liga Salamanca a Ávila, com comboios frequentes a passar. Quanto aos autocarros, há uma paragem quase em frente, e há autocarros num e noutro sentido, de 30 em 30 minutos, por 1,35€, que nos leva mesmo ao centro da cidade, na Gran Via. Melhor é impossível. Assim evitamos stress para procurar estacionamento, preocupações com a segurança e despesas. Saímos na Gran Via e um quarteirão ao lado fica o nosso primeiro objectivo: a Plaza Mayor.
Considerada a mais bela de Espanha, é um dos ex-libris da cidade. Mesmo com mau tempo, há sempre muita gente por ali, quer debaixo dos arcos e nas lojas, quer em plena praça. A chuva que caía era miúda, embora gelada e suportava-se bem apenas com um chapéu impermeável na cabeça e um blusão. Percorremos a rua que nos leva por grandiosos edifícios construídos com a característica pedra dourada que dá a tonalidade incomparável à cidade, edifícios quase todos pertencentes à universidade, entre faculdade e residências universitárias. Em frente à universidade pontifícia, fica a Casa das Conchas, onde funciona a biblioteca pública. Até estranhamos não ter que pagar a entrada!
Há excursões com guias por todo o lado. Magotes de japoneses entram e saem de todos os monumentos, percorrem as ruas em grupo, de máquinas fotográficas em riste disparando freneticamente. Continuamos subindo a rua e logo de seguida, aparece o largo onde se situam as catedrais. Sim, são duas! A velha e a nova, juntas, com as suas torres ligeiramente inclinadas, devido ao terramoto de 1755. Entramos, na nova gratuitamente.
As catedrais são de visita obrigatória. Monumentos de uma grandiosidade e de enorme beleza arquitectónica e artística, no seu interior ultimavam-se os preparativos para as procissões da Semana Santa.
Fizemos uma visita demorada à catedral nova e já não dava tempo para visitarmos a velha antes do intervalo do almoço.
Para não fazermos essa visita à pressa, optámos por sair para ver a ponte romana e almoçar calmamente. Mesmo ao lado da catedral fica a Casa Liz, museu de grande fama que, por ser segunda feira, estava encerrado. Debaixo de forte ventania e chuva miudinha, saímos a caminho da ponte, que fica logo abaixo.
Vista e percorrida a ponte, retrocedemos, para procurar poiso para almoço. Antes de entrarmos na catedral, já vários angariadores nos tinham colocado panfletos nas mãos, a publicitar diversos restaurantes. Não falta oferta, efectivamente. Os placards a anunciar pratos de toda a espécie, sucedem-se. Acabamos por entrar num, para confortar o estômago com uma paella e um bisteque de ternera, pão, vinho e sobremesa por 10€. Mas quando pedimos café, trouxeram-nos uma chávena com uma beberragem escura pela qual pagámos 1,50€... Tenho que começar a viajar com Delta descartável!
Entretanto já podíamos regressar à catedral, agora a velha. Para esta houve que pagar 4,75€... Mas valeu a pena!
Todo o interior é imponente e o museu que fica no claustro é de uma enorme riqueza.
Com os olhos cheios de tanta beleza, saímos para o exterior. Encaminhámo-nos para o convento de San Esteban, outro monumento a não perder.
Mais 3€ cada bilhete de entrada. E mais um portento de beleza. Grupos de estudantes já espigadotes circulavam pelo seu interior, capitaneados por professores que de vez em quando os interpelavam sobre pormenores arquitectónicos ou históricos, mas os jovens só tinham olhos para os I-phones e smartphones...
Já cansados, saímos a caminho da torre de Clerecia, que fica mesmo ao lado da universidade pontifícia e em frente à Casa das Conchas. E foram mais 3€ para subir à torre...
A subida é íngreme e depois de tantas horas a caminhar em ritmo lento e a fazer visitas, as pernas já acusavam o esforço que lhes era pedido. Mas lá cumpriram a sua missão. O vento uivava pelas escadas, circulando pelas enormes janelas e portas abertas. Lá de cima, junto aos sinos, o panorama é retemperador.
Vê-se toda a cidade para todos os quadrantes. Mas o frio é intenso e a chuva batida com o vento entra até meio da torre, apressando-me a descida. Com o cansaço a apertar e os principais cartões de visita da cidade já vistos, decidimos regressar à Gran Via para apanhar um dos autocarros da carreira 27 que nos havia de conduzir de regresso a Cabrerizos. Debaixo de chuva, regressámos, agora sentados e quentes. Pouco depois, estávamos a sair, sem termos enfrentado o trânsito, sem preocupações de estacionamento ou quaisquer outras. Uma óptima solução! Ainda fomos até à margem do Tormes tirar umas fotos antes de entrar no parque para descansar e aquecer.
E regressámos à autocaravana, quando já escurecia e o dia invernoso se acentuava ainda mais.
Considerada a mais bela de Espanha, é um dos ex-libris da cidade. Mesmo com mau tempo, há sempre muita gente por ali, quer debaixo dos arcos e nas lojas, quer em plena praça. A chuva que caía era miúda, embora gelada e suportava-se bem apenas com um chapéu impermeável na cabeça e um blusão. Percorremos a rua que nos leva por grandiosos edifícios construídos com a característica pedra dourada que dá a tonalidade incomparável à cidade, edifícios quase todos pertencentes à universidade, entre faculdade e residências universitárias. Em frente à universidade pontifícia, fica a Casa das Conchas, onde funciona a biblioteca pública. Até estranhamos não ter que pagar a entrada!
Há excursões com guias por todo o lado. Magotes de japoneses entram e saem de todos os monumentos, percorrem as ruas em grupo, de máquinas fotográficas em riste disparando freneticamente. Continuamos subindo a rua e logo de seguida, aparece o largo onde se situam as catedrais. Sim, são duas! A velha e a nova, juntas, com as suas torres ligeiramente inclinadas, devido ao terramoto de 1755. Entramos, na nova gratuitamente.
Portal catedral de Salamanca |
Cúpula da catedral nova |
Um dos órgãos de tubos da catedral nova |
Para não fazermos essa visita à pressa, optámos por sair para ver a ponte romana e almoçar calmamente. Mesmo ao lado da catedral fica a Casa Liz, museu de grande fama que, por ser segunda feira, estava encerrado. Debaixo de forte ventania e chuva miudinha, saímos a caminho da ponte, que fica logo abaixo.
Ponte romana |
Entretanto já podíamos regressar à catedral, agora a velha. Para esta houve que pagar 4,75€... Mas valeu a pena!
Altar da catedral velha |
Todo o interior é imponente e o museu que fica no claustro é de uma enorme riqueza.
Catedral velha |
Pórtico do convento de San Esteban |
Coro da igreja do convento de San Esteban |
Claustro do convento |
Já cansados, saímos a caminho da torre de Clerecia, que fica mesmo ao lado da universidade pontifícia e em frente à Casa das Conchas. E foram mais 3€ para subir à torre...
Subida para a torre Clerecia |
Vê-se toda a cidade para todos os quadrantes. Mas o frio é intenso e a chuva batida com o vento entra até meio da torre, apressando-me a descida. Com o cansaço a apertar e os principais cartões de visita da cidade já vistos, decidimos regressar à Gran Via para apanhar um dos autocarros da carreira 27 que nos havia de conduzir de regresso a Cabrerizos. Debaixo de chuva, regressámos, agora sentados e quentes. Pouco depois, estávamos a sair, sem termos enfrentado o trânsito, sem preocupações de estacionamento ou quaisquer outras. Uma óptima solução! Ainda fomos até à margem do Tormes tirar umas fotos antes de entrar no parque para descansar e aquecer.
E regressámos à autocaravana, quando já escurecia e o dia invernoso se acentuava ainda mais.
quarta-feira, 3 de abril de 2013
SEMANA SANTA EM CASTELA - 1
A Semana Santa deste ano de 2013, dedicámo-la a explorar 3 cidades monumentais de Castela: Salamanca, Ávila e Segóvia.
A previsão do estado do tempo não era nada animadora, mas quando tomamos uma decisão, só por um motivo de força maior não a levamos por diante. E lá fomos, no domingo dia 24/3.
Saída pela A-15 até Santarém, continuação pela A-1 até Torres Novas e A-23 até Castelo Branco, contrariando a minha determinação pessoal em não utilizar ex-SCUT nem autoestradas desde a introdução de portagens naquelas. Mas neste caso, dada a extensão a percorrer no primeiro dia, era necessário utilizar vias rápidas. Continuámos na N 18, para pararmos em Alpedrinha para almoço. Confirmavam-se as previsões, com muita chuva e vento em todo o caminho. Na serra da Gardunha, as cerejeiras ainda dormem, mas os pessegueiros já estão cheios de flores de um rosa lindo, que só não se torna esplendoroso por causa da ausência do sol.
Continuámos por Fundão e pouco depois, já depois da Covilhã, entrámos numa zona de pomares de pessegueiros de um lado e outro da estrada, antes de Belmonte. Cenário lindo, na Primavera. A partir da Guarda optámos pela A-25, com os pórticos de cobrança de portagens a sucederem-se com uma frequência que não prenunciava nada de bom para a nossa conta bancária... Eram umas 15 horas, que passaram a 16 logo que deixámos Vilar Formoso e entrámos em Fuentes de Onoro. O preço dos combustíveis já não é nada atractivo como há algum tempo atrás. Abastece-se agora mais barato nas nossas superfícies comerciais do que nos postos espanhóis. Sempre debaixo de chuva miúda, prosseguimos pela A-62, para a sempre agradável sensação de utilizar autoestradas sem pagar portagem e pouco depois das 17 horas chegávamos a Salamanca, destino deste primeiro dia. Deixámos a A-62 na saída 244 e fomos percorrendo as avenidas a sul do rio Tormes, que atravessámos depois, rumo ao parque de campismo D. Quijote, que fica em Cabrerizos, a 6Km do centro da cidade, junto ao rio. Desta vez o Google Maps não nos pregou nenhuma partida, correspondendo milimetricamente no terreno as indicações dos mapas. Não gosto de utilizar GPS, pois por vezes indica-nos opções que não se revelam as melhores. Encontrámos o parque com toda a facilidade. Estava um dia de verdadeiro Inverno, com frio, chuva e vento. Toda a área do parque estava coberta de lama e poças de água, excepto as zonas asfaltadas e cimentadas. O preço é razoável, para a média praticada em Espanha. 14€, um casal, autocaravana e electricidade. Tem restaurante, uma pequena mercearia, as casas de banho são agradáveis e a localização é boa, mesmo ao lado do rio Tormes, com largas zonas de percursos pedonais. Com bom tempo deve-se estar ali muito bem. E foi assim o nosso primeiro dia.
A previsão do estado do tempo não era nada animadora, mas quando tomamos uma decisão, só por um motivo de força maior não a levamos por diante. E lá fomos, no domingo dia 24/3.
Saída pela A-15 até Santarém, continuação pela A-1 até Torres Novas e A-23 até Castelo Branco, contrariando a minha determinação pessoal em não utilizar ex-SCUT nem autoestradas desde a introdução de portagens naquelas. Mas neste caso, dada a extensão a percorrer no primeiro dia, era necessário utilizar vias rápidas. Continuámos na N 18, para pararmos em Alpedrinha para almoço. Confirmavam-se as previsões, com muita chuva e vento em todo o caminho. Na serra da Gardunha, as cerejeiras ainda dormem, mas os pessegueiros já estão cheios de flores de um rosa lindo, que só não se torna esplendoroso por causa da ausência do sol.
Continuámos por Fundão e pouco depois, já depois da Covilhã, entrámos numa zona de pomares de pessegueiros de um lado e outro da estrada, antes de Belmonte. Cenário lindo, na Primavera. A partir da Guarda optámos pela A-25, com os pórticos de cobrança de portagens a sucederem-se com uma frequência que não prenunciava nada de bom para a nossa conta bancária... Eram umas 15 horas, que passaram a 16 logo que deixámos Vilar Formoso e entrámos em Fuentes de Onoro. O preço dos combustíveis já não é nada atractivo como há algum tempo atrás. Abastece-se agora mais barato nas nossas superfícies comerciais do que nos postos espanhóis. Sempre debaixo de chuva miúda, prosseguimos pela A-62, para a sempre agradável sensação de utilizar autoestradas sem pagar portagem e pouco depois das 17 horas chegávamos a Salamanca, destino deste primeiro dia. Deixámos a A-62 na saída 244 e fomos percorrendo as avenidas a sul do rio Tormes, que atravessámos depois, rumo ao parque de campismo D. Quijote, que fica em Cabrerizos, a 6Km do centro da cidade, junto ao rio. Desta vez o Google Maps não nos pregou nenhuma partida, correspondendo milimetricamente no terreno as indicações dos mapas. Não gosto de utilizar GPS, pois por vezes indica-nos opções que não se revelam as melhores. Encontrámos o parque com toda a facilidade. Estava um dia de verdadeiro Inverno, com frio, chuva e vento. Toda a área do parque estava coberta de lama e poças de água, excepto as zonas asfaltadas e cimentadas. O preço é razoável, para a média praticada em Espanha. 14€, um casal, autocaravana e electricidade. Tem restaurante, uma pequena mercearia, as casas de banho são agradáveis e a localização é boa, mesmo ao lado do rio Tormes, com largas zonas de percursos pedonais. Com bom tempo deve-se estar ali muito bem. E foi assim o nosso primeiro dia.
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