Depois da grande volta pelas amendoeiras, o dia estava destinado a ser mais calmo. Percurso já habitual e de visita obrigatória quando por ali estou, é Freixo de Numão, sua estação de caminho de ferro junto ao Douro e o almoço no restaurante Bago de Ouro, em frente. Parti a meio da manhã, com sol mas também um pouco de frio. Como cheguei ainda cedo à estação, fui até ao pequeno cais fluvial.
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Cais de Freixo de Numão |
Depois de fazer tempo, subi até ao restaurante que, apesar de ser dia de semana, ficar no fim de uma longa estrada sem saída e numa zona de fraquíssima densidade populacional, se encontrava razoavelmente frequentado. Como sempre, almocei muito bem por uma módica quantia e com o suplemento de dois comboios nesse espaço de tempo. Saí para o sol e subi uns 500 m até um ponto alto, onde existe um local na berma da estrada que me serve de poiso para estender a vista sobre o Douro, a ponte do Preguiça, onde passa o comboio sobre a foz da Ribeira de Murça e os barcos que cruzam o rio, quando é a época.
Satisfeitas as retinas, subi de volta a Freixo de Numão, parando um pouco antes da entrada da povoação para explorar uma pequena cascata que sabia ali existir.
Depois de testada a frescura da água, continuei, por Touça e Sebadelhe, virando à direita no cruzamento seguinte, com o objectivo de fazer uma visita à quinta do Vesúvio e seu apeadeiro. Passado o cruzamento para Numão, que tem um belo castelo, a estrada estreita-se e começa a descer numa sucessão de pronunciadas curvas. Como também não tem saída, destinando-se exclusivamente a servir as quintas e o apeadeiro, o trânsito é quase inexistente.
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Quinta do Vesúvio |
Depois de mais um périplo por entre vinhas, agora adormecidas, cheguei ao rio Douro. À esquerda, o belo palácio da quinta do Vesúvio, mandado construir por D. Antónia Adelaide Ferreira e que pertence agora a ingleses, como tantas outras em todo o Douro.
Ali em baixo a temperatura era agradável. O silêncio era apenas cortado a tempos por alguma ave de passagem ou um ou outro tractor em trabalhos nas vinhas. Sentei-me a gozar daquela paz, da esplêndida vista e do afago do sol e por ali me deixei ficar até meia tarde. Ainda esperei que chegasse um comboio com destino ao Pocinho, mas como passada meia hora ainda não tinha aparecido, resolvi partir e ir espreitando na longa subida. Efectivamente, a meia encosta, vi-o chegar, ao longe...
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Comboio chegando ao Vesúvio |
A tarde declinava e a temperatura baixava rapidamente. Chegado ao cimo, ao cruzamento, segui em frente, pelo meio de mais vinhas, nesta época com muitos trabalhadores a podá-las, a caminho de Cedovim. Depois, Ranhados e algum tempo depois, Meda. Estava passado mais um dia. O frio intensificava-se e a previsão para o dia seguinte era de agravamento do estado do tempo, mas nada que me fizesse imaginar o que me esperava no dia seguinte...
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