Tem algumas árvores de grande porte e um caramanchão com uma excelente vista sobre a cidade, onde se pode descansar em sossego. Tem Wifi, de qualidade sofrível, pois cai com frequência e os preços estão um pouco inflacionados para a oferta, na minha opinião, mas os estrangeiros já o procuram com regularidade.
O dia seguinte estava reservado para o comboio da linha do Douro. Saí cedo, rumo à Régua, pela A-24. Lamego não foge à regra do caos em ano de eleições autárquicas. Os pisos da praça central estão todos levantados, há pedras e pó por todo o lado, desvios, taipais, máquinas, um inferno! Cheguei muito cedo à Régua e ainda tive tempo para percorrer a ponte velha agora aproveitada como travessia pedonal.
Ponte pedonal - Régua |
Por baixo passava um navio de cruzeiro, para acostar mais à frente.
Em baixo, mesmo junto ao Douro está em fase de acabamento uma área de serviço para autocaravanas, zona onde também existem muitos lugares para estacionar outras viaturas.
Eram horas de comprar o bilhete de comboio. Desta vez o objectivo era seguir para Oeste, para o lado do Porto, ao contrário do que é habitual em mim. A linha segue sempre à beira do rio até ao apeadeiro de Pála. Era pois até aqui que eu queria ir, para apreciar as belas paisagens ribeirinhas e passar em cima do mais alto viaduto ferroviário português, precisamente o de Pála. O dia estava cinzento. O comboio desfilava por Caldas de Moledo, onde a Ferreirinha se banhava nas termas e agora está ao abandono, Rede, onde desembarcou o Primo Basílio, do romance de Eça, vindo de França, quando esta linha ia até Salamanca, Caldas de Aregos com as suas termas recuperadas do lado oposto do rio.
Caldas de Aregos vistas do comboio. |
Porto Manso e mais à frente, Pála. |
Em baixo, a localidade de Porto Manso e os dois viadutos altíssimos, atravessados os quais, chegamos ao apeadeiro de Pála, onde saio.
Vista do comboio de cima do viaduto de Pála |
Tinha um quarto de hora até chegar o comboio de regresso à Régua, tempo que aproveitei para fotografias e para deliciar a vista com tão belas paisagens.
Hotel Porto Antigo e foz do rio Bestança |
À espera do Primo Basílio?... |
Há sempre barcos a subir e a descer o rio, apesar de ainda estarmos no início de Maio.
Antigo rabelo, descendo o Douro. |
Passava pouco do meio dia quando chegámos de novo à Régua. Tempo ainda para uma volta pela antiga artéria comercial e depois pelo caminho pedonal à beira rio, que segue até à base das pontes. Lá estava a autocaravana à espera. Segui pela estrada que acompanhava o troço inicial da linha do Corgo e que ladeia a linha do Douro e o rio, até à barragem de Bagaúste. Depois pela linda estrada que vai para o Pinhão. A meio, o almoço, interrompido de quando em quando pela passagem de barcos ou comboios.
O Fernão de Magalhães entre o Pinhão e a Régua |
Ponte e torre de Ucanha. |
Ainda se pesca neste rio e ainda há moinhos de água, recuperados, junto à ponte.
Ponte de Ucanha e moinho de água. |
Seguindo a estreita estrada municipal cheia de curvas, pouco depois entro em Salzedas, dominada pelo grande mosteiro cisterciense.
Mosteiro de Salzedas |
De volta, já era tarde para visitar o belo mosteiro de S. João de Tarouca, onde já não vou há uns anos. Ficará para uma próxima viagem por estas bandas. Pouco depois, entrava em Lamego e suas obras, para mais uma noite.
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