domingo, 26 de fevereiro de 2012

CARNAVAL 2012 - 2

Barragem da Valeira
Barragem do Peneireiro-Vila Flor
              Dia 19, domingo gordo. Por experiência acumulada em anos anteriores, este é um dia em que se deve evitar almoçar em restaurantes na zona. A não ser que se tenha paciência para estar em filas à espera de lugar, o que não é o meu caso. Levantámo-nos cedo como habitualmente, com um sol radioso. Partimos rumo a S. João da Pesqueira, depois de uma visita ao Intermarché de Meda que só abre às 10 horas. Com o tempo que tem feito, nestas zonas não convém ir para a estrada demasiado cedo, por causa do risco acrescido de haver gelo em algumas curvas e zonas mais sombrias. Chegados a S. João da Pesqueira, virámos para a direita, no sentido de Carrazeda de Ansiães. Logo que se sai da vila, ficamos rodeados de vinhedos de ambos os lados, pertença da Quinta de Cidrô. Um pouco mais à frente, as capelas do santuário de S. Salvador do Mundo, um dos miradouros privilegiados do Douro. Mesmo por baixo, bem lá no fundo, a barragem da Valeira. Do outro lado, em frente, uma imensa mole de rocha granítica a perder de vista, com o tom esbranquiçado de uma pequena aldeia empoleirada no alto de um gigantesco penhasco, Campelos. Uma estreita fita asfaltada trepa serpenteando a pique em sucessivos cotovelos, desde a barragem até ao cimo da montanha. O Douro estende-se, caudal diminuído depois da barragem, ladeado pela linha ferroviária, com o apeadeiro de Alegria mesmo no limite visual. Paisagem grandiosa que nos prende sempre por largos minutos, mesmo depois de anos a fio a contemplá-la. Começámos a descida, devagar, que este percurso não é para brincadeiras. Uma vez chegados ao paredão, ali estacionámos aproveitando para almoçar, no silêncio apenas interrompido pelo passar de alguns raros automóveis. Terminado este, iniciámos a longa e penosa subida que exige denodado esforço da autocaravana que felizmente é a única presença naquela estreita estrada, onde pouco mais cabe que um carro em certos trechos. Finalmente chegámos ao cimo da montanha e depois de alguns quilómetros em terrenos mais planos, chegámos a Linhares de Ansiães, pitoresca aldeia, onde parámos para um café. Trocados dois dedos de conversa com o proprietário, sobre o tempo, as culturas, a falta de chuva, esgrimiram-se argumentos sobre a construção da nova barragem na foz do Tua. Pouco depois, chegávamos a Parambos, onde tínhamos combinado uma visita a amigos ali residentes. A tarde avançava rapidamente e tivémos que partir de novo, a caminho do local de pernoita, Vila Flor. Ali chegados, deparámos com as eternas obras que mantêm Portugal num permanente estaleiro. A estrada de acesso ao parque que já conhecemos desde a sua abertura, interrompida sem qualquer sinalização alternativa. Depois de muitas perguntas, voltas, inversões de marcha, estreia das inevitáveis e imensas rotundas, lá chegámos finalmente ao parque de campismo da barragem do Peneireiro.

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